domingo, 19 de fevereiro de 2017

O Primeiro Milhão de um Homem - Por Marcelino Rodriguez

Naquele tempo que ganhei meu primeiro milhão, tudo era melhor, mais bonito, mais fácil. Eu vivia mais no céu do que na terra. Trocava segredos com anjos insuspeitos.

Assombrosamente bonito, poderia faturar milhões em comerciais de margarina e família feliz. Um pequeno Ás.
Ainda tinha a idade em que minha mãe me levava pela mão, de calças curtas; ia com ela pela cidade do Rio de Janeiro. Tudo era mágico. Um cheiro de fumaça aromática subia pela calçada, perto da loja de sapatos que saímos. Seria sexta-feira? Seria perto do Natal? Meu Deus, os anos oitenta ainda nem tinham chegado. Mammas e Papas faziam sucesso. Uma negra gritava, abanando o carvão.

--- Milho verde. Olha o milhão.

Minha mãe teve uma inspiração divina naquele momento.

--- Quer um milhão, filho?

--- Quero.

Enrolado em sua própria casca, eu ia feliz com meu primeiro milhão. Eu ainda não tinha nove anos de idade. Já era uma estrela. Nasci predestinado aos grandes momentos. 

Marcelino Rodriguez é colunista sazonal do Blog Luiz Domingues 2. Escritor de vasta e aclamada obra, aqui nos tratar uma micro crônica divertida e poética, ao evocar a inocência da infância

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Os Kurandeiros + Pompeia 72 - 19/2/2017 - Domingo / 19:30 Hs. - Fofinho Rock Bar - Belenzinho - São Paulo / SP

Os Kurandeiros 

Participação de Pompeia 72


19 de fevereiro de 2017

Domingo - 19:30 Horas

Fofinho Rock Bar

Avenida Celso Garcia, 2728

Estação Belém do Metrô

Belenzinho

São Paulo - SP

Participação Especial de Pompeia 72 - Classic Rock setentista

Os Kurandeiros : 
Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Luiz Domingues - Baixo

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Permeabilidade - Por Telma Jábali Barretto

Quanto somos afetados positiva/negativamente por essa característica ? Num planeta tão absolutamente diverso, múltiplo onde muitas são as diferenças e similaridades, como lidar com essa capacidade de absorver e de que forma também protegermo-nos, caso e se, talvez, necessário ?!...
Nosso pensar vê com bons olhos ser competente para assimilar aquilo que a nós vem, pois quanto aprendemos, digerimos e crescemos, em meio a tamanha diversidade de posicionamentos, melhor ainda se sabendo absorver sem perder a noção das próprias habilidades e limitações, crescendo tanto com críticas quanto com elogios !

Mundo de tanta exposição, buscada, almejada ou não, quase impossível permanecer ileso, escondido, invisível e como reagimos sendo, assim, continuamente chacoalhados por opiniões de todos os lados e para tudo, ficando sempre à mercê de críticos, avaliadores de aspectos, aplaudidos ou por serem corrigidos, num formato novo de convivência em que, certamente, amadureceremos ! Nossa família, aldeia ou tribo cresceu bastante acionando-nos por muitos caminhos, redes inserindo-nos nas conexões que alinhamos e somos convidados.
Muito, muito enriquecedor poder beber de tantas fontes...muito, muito ameaçador também...Crescimento ou vulnerabilidade?
Quanto discernimento será preciso para levar para casa o que de verdade nos acresça sem pôr em risco inseguranças estabelecidas, ou, criar outras e novas, e o quanto será preciso sentirmo-nos ameaçados, apavorado, até entender com naturalidade quando a ‘boa’ ou ‘má’ vinda, de fora ou de dentro de nós, nos alcance nesse contínuo jogo da vida com ou sem carta marcada...

Às vezes surpreendemo-nos conosco mesmo, nem precisando que qualquer outro seja agente da novidade, insight e... quanto será preciso andar, transpor para que o fluxo, permeabilidade, seja  perene fonte de ganho, sentido tal funcionar como sendo a maneira que a existência nos premia em sua abundância sem distinguir, triar ou classificar, mas pura e simplesmente por ressonância...só e tão somente agradecendo aquilo trazido, sentido, percebido...
Antes disso, dessa outra e necessária quebra, quão importante terá sido a noção do certo/errado para aprendermos a disciplinar, propiciando  ir além marasmo e anterior inércia que, também, a tudo igualava, sem filtro ou consciência, que esses professores treinadores do critério construíram e construirão,  às custa de muuuiiita lapidação advinda da cobrança do convívio e de si,  para depois destruir nossa sagrada individualidade, ego, tão fundamentais para tornarmo-nos centro de nós mesmos, então, e só então poder abdicar de nós mesmos...
 
Quantos muros construiremos para deixar aflorar nossa identidade, marca e idiossincrasia para só aí  ...  soltar, conhecendo quanto somos, podemos, conscientes e agora nessa plenificação conquistada, perceber que fomos feitos de tudo que nos ameaçava e encantava... unificados e só então multiplicados! Jaya !!!



Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2 Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Sudha Raja Yoga.

Nesta reflexão, alerta-nos sobre a questão da permeabilização, no sentido mais profundo do termo, aludindo à carga que recebemos da própria experiência da vida. 

domingo, 5 de fevereiro de 2017

À Foice, À Face - Por Julio Revoredo

Foi-se, em face, à foice

Sol cortado, dilacerado, entre o foz,

Homem sem rosto, sem posto, sem voz 
Foice à face, em, foi-se, fósmeo, obtuso, quase nulo, em, por dentro, célerepulo

Não há o amanhã, o fio da navalha, a margem, o são ou a sã

Em tudo,do nada, abre-se, vem à tona, sonho na lona, pesadelo, bruto, do que, fere-se

Então, tudo se desvanece, e do ponto neural, ergue-se, em face ao que foi-se, ao que foi-se à foice, que foi-se, em face


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de muitas composições sob parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço. 

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Os Kurandeiros + Cris Stuani - 5/2/2017 - Domingo / 19:30 Hs. - Fofinho Rock Bar - Belenzinho - São Paulo / SP

Os Kurandeiros 

Participação : Cris Stuani (Acoustic Set Rock)

5 de fevereiro de 2017
Domingo - 19:30 Horas

Fofinho Rock Bar
Avenida Celso Garcia, 2728
Estação Belém do Metrô
Belenzinho
São Paulo - SP

Cris Stuani - Voz e Violão

Os Kurandeiros : 
Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Luiz Domingues - Baixo