terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 48 - Por Luiz Domingues

Uma incógnita sob o ponto de vista da produção, e sobretudo do resultado prático final, fomos fazer o primeiro show do Projeto Sunday Blues, no Templo Club, no dia 24 de janeiro de 2016.

Dia quente de verão escaldante em São Paulo, a primeira constatação que eu fiz ao chegar nas imediações, foi algo absolutamente esperado por todos, ou seja, estacionar na porta, até para descarregar o automóvel rapidamente, haveria de ser algo extremamente penoso, pelo fato do estabelecimento ficar situado em plena Rua 13 de maio, e em frente à Praça Dom Orione, onde aos domingos ocorre uma tradicional feira de antiguidades, bugigangas & afins. 

Contudo, eu tive sorte no primeiro dia e parei relativamente perto da escadaria que dá acesso à Rua dos Ingleses, onde ficava o histórico Teatro Ruth Escobar. 

Em meio a uma infinidade de ambulantes a expor quinquilharias na calçada, eu cheguei ao Templo e logo avistei a presença de Edgard Puccinelli Filho, que prontamente se dispôs a ajudar-me. Assim que saímos à rua, vi o Carlinhos a chegar e assim, esperamos que ele descarregasse a sua bateria, e fomos buscar o meu equipamento no carro. 

Funcionários trabalhavam a todo vapor na limpeza e pareceu que tudo funcionaria a contento.

                                         Foto: Lara Pap

O técnico de som chegou, mas a despeito de nossa parte estar pronta, com o backline da banda e a bateria montados, o processo de cabeamento foi lento, e quando começamos a fazer o soundcheck, o público já estava a chegar.
      Com Fulvio Siciliano, o primeiro à direita. Foto: Roberto Sá

O nosso convidado daquele primeiro domingo, foi Fulvio Siciliano, um grande guitarrista e amigo, portanto, estivemos absolutamente confortáveis com a sua presença, fora o fato de estarmos mais do que acostumados a fazermos shows longos sem set list e baseados no improviso total. 
               Preparativos para o souncheck. Fotos: Lara Pap

Apesar do equipamento da casa não ser adequado para se fazer shows musicais e mais preparado para alimentar um eventual som mecânico de pista ao estilo "boite", houve uma pressão enorme pela quantidade de caixas no PA e de suas respectivas potências, portanto, mesmo com dificuldades na monitoração, o som que chegou ao público foi no padrão de um show de Rock pelo volume, mas sob um padrão de mixagem inadequado, visto que os instrumentos não estavam inseridos devidamente no PA e a bateria contou apenas com um microfone alojado no bumbo e um "overall" que mais amplificou a ação dos pratos.

                                    Fotos: Roberto Sá

Sobre a iluminação, definitivamente não era adequada para espetáculos musicais, apesar de existir na torre central, até duas "movelights" modernas. Alguns efeitos, mais adequados para "boites", até que ficaram interessantes, como um fecho de luzes a formar uma pirâmide, no entanto, foram focos minúsculos e apesar do efeito ter ficado bonito, não atenderam ao show em si. 

Ciro Pessoa apareceu e fez uma participação especial com a sua loucura cênica habitual e foi bastante aplaudido. 

Edgard a interpretar o seu personagem, "El Diablo", ao lado de Kim Kehl. Foto: Lara Pap 

Edgard fez uma performance como "El Diablo", a usar uma fantasia de "Diabo" com a qual estava acostumado a agitar as noites no Madame Satã e também em uma outra casa noturna pertencente ao mesmo proprietário dos três estabelecimentos (Tempo Clube incluso, eu quis dizer). 

Foi engraçado, claro e apesar de não termos nos visto por muitos anos, eu o conhecia e sabia muito bem desse seu lado performático

                                  Foto: Rose Rodrigues

Um bom público compareceu, ainda que para os padrões da casa, acostumada a realizar festas para setecentas pessoas na média, o resultado menos expressivo fosse ínfimo. 

                                         Foto: Lara Pap

Contudo, foi o tal negócio: primeiro dia de um projeto novo e para nós e para a dupla de produtores, Johhny Dalai e Edgard Puccinelli Filho, que estavam a apostar também, ficou a sensação de que a expectativa da estreia fora superada pelo público que conseguimos atrair e pelo som que fizemos.  

Todavia, também ficou a certeza de que muitos ajustes teriam que ser feitos para o domingo posterior e os demais.

Resumo da 1ª edição do Projeto Sunday Blues - 24 de janeiro de 2016 - Templo Club

Os Kurandeiros + Fulvio Siciliano + Ciro Pessoa

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=qCFSKQqE2B0

Foi assim então a estreia do "Projeto Sunday Blues", no Templo Club, em 24 de janeiro de 2016, a apresentar o grande, Fulvio Siciliano como o nosso convidado especial.
Ainda em janeiro de 2016, voltamos à Casa Amarela, de Osasco-SP. Ali nunca havíamos feito antes o show alternativo "acústico" e o nosso set mais ameno agradou em cheio a um público menos ruidoso presente em uma quinta-feira, mais formado por casais de namorados.
                                        Fotos: Lara Pap

Para fecharmos o mês de janeiro, a segunda edição do "Sunday Blues" chegou.

Foi no domingo, 31 de janeiro de 2016 e desta vez teríamos o guitarrista, Claudio "Moco" como convidado. 

Já o conhecíamos por vê-lo a tocar com a banda: "Four Ol' Bones", que acompanhava o cantor, Adriano Segal, em uma das inúmeras versões do Quarta Blues" no Magnólia Villa Bar e ele fora à primeira edição edição do "Sunday Blues" para nos prestigiar e apreciou o projeto. 

Com Ciro Pessoa junto na performance, Kim e Claudio "Moco" em ação. Foto: Jani Santana Morales 

Claudio "Moco" era (é) um guitarrista sensacional, com um repertório de Blues, Rock'n' Roll e Black Music na ponta da língua e o seu estilo pessoal cheio de "swing", fazia dele um guitarrista completo e também um show man, visto ter uma mise-en-scène bastante instigante e a cantar bem, também.  

Foi uma apresentação sensacional, embora tenha sido prejudicada por uma falha lastimável da produção, que esqueceu de desligar a máquina de fumaça, a indefectível "Smoke Mary" e também abusou do uso de luz estroboscópica no palco e tal efeito é para qualquer músico, um verdadeiro pesadelo, pois tende a dar tontura, ao estabelecer um mal estar generalizado. 

No mínimo, atrapalha a comunicação visual com os companheiros e o equilíbrio de qualquer um, mas sei de caso de artistas que tiveram  convulsões, a passar mal, e assim, serem obrigados a encerrarem shows.

Edgard "El Diablo" e Rubens Gióia, os anjos rebeldes d'A Chave do Sol, ao se reencontrarem tantos anos depois! Foto: Jani Santana Morales
 
Em nosso caso, ninguém passou mal, mas ao se tratar de um show baseado no improviso entre nós e sobretudo com o convidado, que não conhecia o repertório com segurança, a falta de comunicação visual entre todos foi um fator extremamente prejudicial.

Resumo da 2ª edição do Projeto Sunday Blues - 31 de janeiro de 2016 - Templo Club

Os Kurandeiros + Claudio "Moco" + Ciro Pessoa

Eis o Link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=aL-C2-yU9ko
 
Portanto, no curto vídeo resumo que foi postado no YouTube, dias depois, é possível ver que a performance musical foi sensacional, mas o visual do show foi totalmente prejudicado. Bem, o projeto pareceu bom na teoria, mas precisava de ajustes, certamente. Aconteceu no dia 31 de janeiro de 2016.  

Continua...

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