segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 43 - Por Luiz Domingues

Voltei a tocar com Os Kurandeiros e estava feliz por estar a retomar a vida normal, ao se considerar a doença que eu tive e as suas consequências que quase me levaram para o término da vida. 

Após o show de choque ocorrido na Faculdade ESPM, tivemos um compromisso em uma casa noturna localizada no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo, através de um estabelecimento chamado: "Viking Bar".

Casa pequena, mas bem montada e com ambientação Rocker na decoração, prometera ser uma noitada produtiva. 

Eu conhecia o entorno do bairro, pois morei ali por um curto período em 1971, e apesar de ser uma remota memória com quarenta e quatro anos de defasagem, o traçado das ruas permanecera o mesmo, e salvo algumas poucas modificações mais radicais nas edificações, estava quase tudo igual ao período em que ali vivi e época em que eu apreciava o som dos Mutantes, Toni Tornado, assistir o programa: "Som Livre Exportação" na TV, e sonhava em adquirir o LP triplo, recém lançado pelo ex-guitarrista dos Beatles, George Harrison (All Things Must Pass), e cuja capa na vitrine de uma loja que existira ali próxima, indicava a "exorbitante" quantia de trinta e três cruzeiros, portanto, algo inatingível para um iniciante Rocker com apenas onze 11 anos de idade na ocasião...

Bem recebidos pelos simpáticos proprietários e pelos funcionários, na hora eu percebi que a gentileza seira uma marca registrada ali, ao fazer-me lembrar do Melts, casa que eu já citei várias vezes, anteriormente.

Foi uma apresentação bem animada, apesar de termos usado um palco pequeno e infelizmente não ter comparecido um bom público presente. Aconteceu na noite de 6 de junho de 2012, e tirante uma quarta-feira anterior quando eu fui tocar com a Magnólia Blues Band, esta foi primeira vez que eu fiz um show com Os Kurandeiros, a chegar ao local da apresentação, a conduzir o meu carro. 

Ainda a me sentir fraco, fui ajudado a levar o meu equipamento do carro para a casa, naturalmente, mas ao contrário do show de choque na Faculdade ESPM, desta feita não seria um show dessas características, e assim, eu tive que submeter-me a tocar em pé o tempo todo.

"Going Down" no Viking Bar em 6 de junho de 2015

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=3Ml5jTVJiy0 

"Dead Flowers" no Viking Bar em 6 de junho de 2015

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=QMbUgxl4Frs

Eu aguentei, mas fiquei bastante cansado, devo confessar, e naquela altura estava ainda bem longe de me sentir apto inteiramente a voltar a ter uma vida normal. Duas anestesias gerais com três dias de diferença entre uma e outra, apenas, houveram produzido um estrago no meu sistema nervoso, fora outras questões análogas, como a perda de massa muscular e peso, respiração ofegante, um pouco de taquicardia etc. 

Pelo menos, eu já estava com a minha cor de pele normal restabelecida e a grosso modo, pela aparência, ninguém que não soubesse do que me ocorrera, poderia suspeitar sobre a agrura que enfrentei nos meses anteriores. 

Os donos do estabelecimento apreciaram tanto a nossa apresentação que nos convidaram a tocar na semana seguinte, e assim procedeu-se.

Voltamos ao Viking bar em 12 de junho de 2015, e havia uma promoção da casa para o dia dos namorados, a oferecer drink grátis para os casais de namorados etc. Apesar da extrema simpatia dos proprietários e funcionários, a casa não trouxe um bom público também na segunda vez em que ali nos apresentamos e a desculpa seria o feriado prolongado de Corpus Christi a atrapalhar a movimentação.
"Cocaine" no Vikink Bar, em 12 de junho de 2015

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=KaQMnvvTq70 
"Superstar" no Viking Bar em 12 de junho de 2015

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=bV0vzQa8ga4

Bem, foi muito bom tocarmos duas vezes no Viking Bar e mesmo que o resultado prático não tenha sido dos melhores, apreciamos os shows em si e a hospitalidade da parte dessas pessoas, nas duas ocasiões.
"The Long and Winding Road" no Viking Bar em 12 de junho de 2015

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=1LPD492wJ6w 
"Bell Bottom Blues" no Viking bar em 12 de junho de 2015

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=anLtx-22URI

E aquele quarteirão da Mooca entrou para o rol dos lugares em que eu já havia frequentado na infância e adolescência, onde muitos anos depois eu fui tocar em alguma casa noturna ou teatro (eu já havia tocado no teatro do Sesc Belenzinho, também, ali bem perto), ao estabelecer uma espécie de junção lúdica entre o passado e o presente.  Noite de 12 de junho de 2015, no Viking Bar, no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo.
Voltamos à Casa Amarela de Osasco-SP, em 11 de julho de 2015.  
Eu estava muito contente por voltar ali em outra situação de saúde, visto que a minha última lembrança para tal estabelecimento, viera do mês de janeiro do mesmo ano e ainda que eu nem suspeitasse que estava seriamente doente, naquela ocasião eu não estive a sentir-me nada bem.

Desta feita, eu estava bem melhor e mais forte nos momentos do pós-operatório hospitalar e a um passo da alta definitiva, que só ocorreria de fato, ao final de julho, durante a minha última consulta ambulatorial. 

Foi uma apresentação animada, com bastante energia e com a minha participação a voltar ao normal, praticamente.

Ainda em julho, nós recebemos o convite para participarmos de um programa de Internet, a ser filmado em um estúdio de gravação e ensaio localizado no bairro do Jaguaré, na divisa de São Paulo com Osasco. Chamava-se: "Estúdio Blen Blen Entrevista".  

Fomos filmá-lo na manhã de um sábado chuvoso e frio e ainda bem que os seus produtores foram simpáticos e solícitos para conosco: Gabriel Totti na engenharia de som, e Jesse Navarro na apresentação), por que estar às 9:30 da manhã no bairro do Jaguaré, me fez virar a noite acordado, portanto, devo ter chegado ao estúdio em questão, com um aspecto de zumbi e tanto...

Tocamos e respondemos perguntas através de um esquema de programa pré-montado, a se evitar muitos cortes e praticamente a simplificar o trabalho da sua edição final.  

Nesse vídeo abaixo, eis a apresentação na íntegra com a nossa banda a tocar as canções: "Pro Raul", "Sou Duro", "A Galera quer Rock" e "Os Brutos Também Amam", além da entrevista, com foco mais no Kim Kehl, naturalmente.

Kim Kehl & Os Kurandeiros no programa: "Estúdio Blen Blen", que foi ao ar no final de julho de 2015

Eis o Link para assistir no You Tube:
https://www.youtube.com/watch?v=UdraKIojJK4

Ainda em julho, a produtora musical, Christine Funke, agendou-nos uma data em uma casa onde jamais havíamos nos apresentado anteriormente. Tratava-se do: "Pimenta Verde", uma casa ampla que na verdade funcionava como um restaurante no período diurno, mas que segundo ela nos disse, a sua direção aspirava assumir uma dupla identidade para o estabelecimento, sendo casa de shows no período noturno.  

Localizada na Vila Olímpia, bairro da zona sul de São Paulo, e curiosamente a se tratar de um outro bairro em que eu vivi ao final dos anos sessenta e onde mantinha bastante identidade, visto ter estudado no colégio estadual do bairro, desde 1968, até 1976.

A casa em questão era ampla e bem aprumada, mas não ostentava uma organização mínima para abrigar shows musicais, portanto, apesar do espaço destinado para servir como palco, fosse até razoavelmente confortável (era um canto ornamentado como mini biblioteca, com um piano de parede ali colocado e devia ser usada como uma espécie de sala de espera para os clientes aguardarem uma mesa vaga na hora do almoço), não havia nenhuma estrutura disponível. 

Portanto, o Kim teve que levar o seu PA e pensar em estabilizador de voltagem e extensões para prover as parcas opções de energia disponíveis etc.

 Os Kurandeiros em ação no "Pimenta Verde" Foto: Walter Possibom

Mesmo assim, o show foi bom, mesmo ao ter sido com o enfoque semi-acústico, com o Kim a tocar apenas violão. E fato positivo, atraiu um público muito além do que os proprietários esperavam e no calor da euforia pelo bom resultado obtido, com mesas cheias e mediante o fato das pessoas consumirem bastante no seu estabelecimento, eles nos disseram que contratar-nos-iam para sermos a atração fixa da casa às sextas, mas diante da oferta financeira mencionada e do incômodo que haveria de ser levar absolutamente tudo, pois a casa não tinha infraestrutura alguma para abrigar shows musicais, desistimos e ficou só por essa apresentação, mesmo.
                                  Foto: Vanessa Anchieta

No dia seguinte foi a data natalícia do Kim, e nós tratamos o show também com esse mote e daí, após o espetáculo, teve um bolo e velinhas a serem apagadas pelo aniversariante para a confraternização se consumar. Noite de 18 de julho de 2015, no "Pimenta Verde", em plena Rua Alvorada, na Vila Olímpia, um  outro bairro de São Paulo onde eu detinha raízes pessoais.
Para fechar o mês de julho, fizemos mais uma apresentação na Casa Amarela de Osasco-SP, desta feita a contarmos com o tecladista, Nelson Ferraresso como reforço e a novidade foi que nessa apresentação, o repertório que tocamos privilegiou o Soft-Rock. Por se tratar de um domingo em um horário mais ameno do que o habitual ali praticado tal espetáculo veio a ser considerado quase que uma matinê. Dia 26 de julho de 2015, com uma apresentação tranquila, e com a banda a flutuar pelo palco, para agradar o público osasquense.
Continua...

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