sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 76 - Por Luiz Domingues

Já no avançar da madrugada, nós tivemos indícios de que a nossa participação houvera sido vitoriosa. Vários comentários já pululavam na internet e naquela ocasião, a grande febre era a Rede Social, Orkut.
Foi muito boa a resenha assinada por este rapaz, mas não consigo imaginar onde ele enxergou "Heavy-Metal" no nosso som...

No dia seguinte e nos posteriores, muitas resenhas foram publicadas em sites e Blogs, e essa tendência repetiu-se algumas semanas depois, quando muitas resenhas do show, a citarem a nossa boa participação, foram publicadas em revistas especializadas.
Nesta resenha de Internet (não consegui descobrir o nome do Site, tampouco do resenhista que a assinou), insistiu-se na ideia de que apesar da nossa banda ter apresentado muita qualidade técnica e sonoridade muito mais próxima à da atração internacional, o Uriah Heep, houve um "esquema" para favorecer-nos. Se soubesse a verdade dos bastidores, ficaria chocado com a realidade, certamente. Contudo, tivemos a sorte dos nossos clips passarem sim e o som de lounge ter sido o do nosso disco, por um único motivo: o nosso técnico comandou o P.A.

O sentimento foi bom e ao ir além, sabíamos que precisaríamos capitalizar esse "momentum" e como já disse, teria sido a hora do nosso "manager", o estrambótico "R", agir...
Paula Witchert, a representar o Site "Revista Eletrônica", acertou na mosca: fomos a banda com a sonoridade mais coadunada com o Uriah Heep.

Mas os dias foram a passar e o sujeito, sumiu. Eis que ele não respondera e-mails, tampouco telefonemas, para deixar-nos atônitos com tal comportamento injustificável de sua parte.
A nossa paciência esvaíra-se, quando finalmente o Rodrigo conseguiu falar com o elemento. Este por sua vez a se mostrar irritado, disse que estava muito "ocupado". Ao ser questionado sobre devolver os CD's e DVD's com os quais tínhamos fornecido-lhe para que ele pudesse trabalhar, o sujeito respondeu rispidamente que o nosso prejuízo não poderia ser menor que o dele, que gastara com despesas de correio...
Isso extrapolou qualquer expectativa nossa por considerarmos as atitudes dele, tresloucadas. Que despesas? Que correio? Ora, ora, não tínhamos mais doze anos de idade para acreditar em desculpas esfarrapadas dessa monta.
Muito boa a iniciativa de nos elogiarem na revista Rock Brigade, mas cabe a ressalva, só tocamos uma menção à música "The Mule", do Deep Purple, acoplada ao arranjo da nossa música, "Reflexo Inverso", e não foram "alguns covers" como afirmaram, mas sim, o público reconheceu-a e delirou mesmo...

Agora, incompreensível mesmo, foi tentar entender o por que dele ter desistido de trabalhar ao nosso favor, pois o "momentum" que atravessávamos, foi excepcional.

Não só pelo êxito de se abrir um show internacional e agradar o público (fator raro demais, sabemos disso), mas pelas matérias excelentes que foram publicadas na mídia escrita, música a tocar em uma FM de São Paulo, clips bem produzidos e pela crescente movimentação pela internet. 

Quanto à atitude de abandonar-nos sem justificativas, aí foi questão de índole, e portanto prefiro nem comentar mais nada. Só acrescento que equivale àquela prática infantojuvenil de se tocar campainhas residenciais e sair a correr. E a vida seguiu sem "R", claro...

Continua...

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