segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 88 - Por Luiz Domingues


O show do Parabelum foi muito agradável. Eu pude assistir alguns trechos da coxia, mas não inteiro, pois seríamos os próximos e estávamos naquele momento, ocupados com os nossos preparativos, naturalmente.

Baterista, percussionista e cantor, Caio Inácio em ação com o Parabelum. Foto: Grace Lagôa

Mas pelo pouco que eu vi e sobretudo a observar a reação do público, o show esteve a agradar em cheio, apesar de ser uma estreia, literal e haver uma grande quantidade de canções absolutamente inéditas, com exceção de algum material do Cézar, tanto d'O Terço, quanto de sua carreira solo, que naturalmente promoveu reações muito mais acaloradas da plateia, pelo fator do reconhecimento.

Pelo fato do Marcião Gonçalves ser versátil, e o Cezar de Mercês, também, eles revezavam-se entre o baixo e a guitarra, com ambos a tocarem bem os dois instrumentos. Foto: Grace Lagôa
"Comédia de Gaveta" em ação na segunda sketch, enquanto o Pedra ajustava-se (dá para ver o Ivan Scartezini a arrumar as peças da sua bateria, ao mexer especificamente no ajuste do seu surdo). Da esquerda para a direita: Lu Vitalliano (em pé), Ana Paula Dias, Lucia Capuchinque e o ator à direita, infelizmente que eu não guardei seu nome. Foto: Grace Lagôa

Findo o show do Parabelum, os atores e atrizes da trupe "Comédia de Gaveta" voltaram ao palco, ai invadi-lo performaticamente, enquanto os componentes do Parabelum ainda despediam-se do público.
Desta feita, a sketch não teve o peso de uma evocação à Grécia antiga, mas tratou-se de uma situação de comédia contemporânea. A novidade de última hora, foi a inclusão do Marcião Gonçalves como participante.
Marcião Gonçalves a atuar na sketche do Comédia de Gaveta. Foto: Grace Lagôa

Não foi tão repentino assim, pois o convite para ele participar já houvera surgido nos bastidores. O Marcião não é um ator propriamente dito, com técnica e estudo, mas por ter uma personalidade forte, ser extremamente desinibido e muito espirituoso, reunia condições de atuar com atores profissionais, desde que devidamente amparado por eles e por ser criativo, fator comum para ele, não teria nenhuma inibição. E não deu outra, a sua atuação na base do improviso e a se portar como muito despachado em uma interpretação a la realismo, o fato foi que ele arrancou gargalhadas da plateia...

O tema da sketch foi simples: um grupo de amigos reúne-se na casa de um deles e conversam sobre música. Todos gostam de colecionar vinis antigos, e em um dado instante, uma personagem senta-se acidentalmente sobre um vinil pirata e muito raro dos Beatles e uma confusão generalizada instaura-se, quase ao se chegar ao "pastelão" desenfreado. 

Texto muito simples, claro, e mais a se parecer com uma sketch de programa popular de humor da TV, mas o tempo que dispunham era mínimo, e essa sketch fora programada para ser curta, propositalmente, para cobrir a lacuna entre os shows do Parabelum e Pedra, e devidos ajustes no "set up" do Pedra, que entraria em cena a seguir. 

Funcionou, apesar de curta e simples, pois o público divertiu-se muito com a trapalhada proposta, e dessa forma, nem percebeu o frenesi dos roadies para se efetuar a troca de bandas. E o Marcião Gonçalves brilhou mais uma vez, como comediante nato que o é...

Hora do Pedra pisar no palco do Centro Cultural São Paulo... Ivan Scartezini alegre pela última dose de vinho antes de ir para o show, Luiz Domingues sentado e Xando Zupo apoiado na bancada do camarim. Foto: Grace Lagôa


Continua...

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