quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 235 - Por Luiz Domingues

Antes de falar sobre os próximos shows e viagens, conto uma história curiosa, ocorrida nessa época mais ou menos, entre novembro e dezembro de 2002.  Geralmente sabíamos que alguma reportagem, entrevista ou resenha sairia publicada na imprensa escrita, pois a abordagem pessoal dos jornalistas pressupunha isso, logicamente, ou em época de divulgação de disco, resenhas eram publicadas quase simultaneamente em diversas publicações, e nós as aguardávamos de antemão. 

Vez por outra, éramos surpreendidos com alguma nota que saía sem aviso, e que descobríamos por acaso ou geralmente avisado por terceiros que haviam visto. Muitas peças do meu portfólio pessoal vieram da parte de parentes e amigos que as viram e me doaram, sem que eu desconfiasse que haviam sido publicadas. Isso por que éramos artistas a militar no underground da música profissional, pois artistas que estão no mainstream gozam de mordomias múltiplas que não tínhamos, como por exemplo, o apoio de uma assessoria de imprensa pessoal, e com serviço de "clipagem". 

Para quem não sabe do que se trata, digo resumidamente que "clipagem" é um serviço de investigação, onde se caça tudo o que sai ao seu respeito na mídia impressa e nos dias atuais, a estender-se às plataformas virtuais de internet. Depende do bolso de cada um traçar a meta de alcance, e existe clipagem de padrão internacional e implacável, que vai achar material que saia a lhe mencionar, em qualquer lugar do mundo, mas claro, isso é caríssimo e somente grandes astros conseguem bancar um serviço caro dessa monta. Mas uma clipagem bem mais modesta e mais barata, garante o básico que se espera. 

Não era o nosso caso, e só tivemos assessoria pontual, mas sem clipagem, por alguns momentos, quando contamos com o apoio de dois jornalistas de peso a escrever releases, casos de Luiz Chagas da revista "Isto é" (este é também um grande guitarrista que atuara nos anos sessenta e setenta e é pai da cantora, Tulipa Ruiz), que assinou o release oficial do CD Chronophagia, e Dum de Lucca, da Revista Dynamite, que assinaria o release do álbum .ComPacto, que lançaríamos em 2003, enfim. 

Fora disso, contávamos com os esforços do Rodrigo Hid que muitas vezes usou um pseudônimo para agir como assessor de imprensa da banda, e graças à tais ações, ele articulou com sucesso, muitas notas em jornais e revistas, certamente. 

Portanto, sem uma assessoria profissional, e muito o menos serviço de "clipagem", algumas vezes éramos surpreendidos positivamente, e foi o que ocorreu quando ao examinar a banca de jornais perto de casa, eu deparei-me com uma revista nova chamada: "Rock Made In Brazil", e que continha uma matéria gigante sobre a Patrulha do Espaço, ao narrar a sua história até os então dias atuais, recheada com fotos, inclusive algumas inéditas de nossa formação em plena voga. 

Comprei-a naturalmente, espalhei a notícia para os demais companheiros imediatamente, e claro que nós apreciamos muito essa reportagem inesperada e bem escrita, por sinal.

Por ter ficado longa e tão recheada de informações precisas, só poderia ter sido escrita por um jornalista que tinha esse costume de escrever longas resenhas de discos e shows, um Rocker muito apaixonado pela causa, chamado: Marcos Cruz, que era colaborador do Site/Portal Wiplash, um dos maiores do país em termos de Rock, ainda que eu ache que o carro-chefe desse veículo seja mesmo o Heavy-Metal. 

Marcos Cruz escrevera duas resenhas maravilhosas sobre a Patrulha do Espaço, em 2000, uma delas a repercutir o lançamento do álbum Chronophagia, e uma outra, a se tratar de uma resenha de um show nosso que assistira em Avaré-SP, a sua cidade, onde inclusive conversamos muito, pessoalmente, e eu pude lhe expor todo o conceito com o qual essa formação da Patrulha do Espaço houvera  sido construída.

E não deu outra, a tal revista "Rock Made in Brazil" teve como editor, ele em pessoa, e assim esteve explicado tamanho capricho em sua edição. Eis abaixo, as páginas de tal publicação:

Ao se basear no texto contido nos encartes da série de coletâneas denominada: "Dossiê", com tal escrita a contar toda a história da Patrulha do Espaço e discografia (com exceção dos dois discos com Arnaldo Baptista na formação, que pertencem à gravadora/editora Warner), mais a resenha do álbum Chronophagia, e do show de Avaré-SP em julho de 2000, escritas por ele mesmo, Marcos Cruz, formou-se assim o texto base dessa extensa reportagem.
 
E o Marcos ainda introduziu uma pequena história, ao descrever a emoção de um fã declarado da nossa banda e que também gostava de uma banda minha da década de oitenta, A Chave do Sol, e com direito a foto do rapaz em questão, comigo.
 
O meu único senão para essa reportagem foi a publicação na capa de um foto de uma formação insignificante da banda. Entendo que houvessem dificuldades técnicas para colocar uma foto melhor na capa, mas a escolha foi absolutamente infeliz, pois aquela formação, com apenas o Rolando Castello Junior da formação original e dois rapazes que fizeram três ou quatro shows sazonais em 1998, não teve significado histórico algum para a banda e tais músicos apenas preencheram uma lacuna em uma fase em que a banda esteve parada, e cumpria shows sazonais e com músicos de ocasião para suprir uma necessidade premente. 
 
Se não dispunham de fotos da nossa formação que era o presente ativo da banda na ocasião, melhor teria sido colocar uma da fase com Arnaldo Baptista ou melhor ainda, a fase de ouro do trio clássico dos anos 1980: Dudu, Serginho & Junior. E como plano "D", a capa de algum álbum importante da banda, menos aquela foto com aqueles rapazes que nada criaram com a banda. Enfim, ninguém é perfeito... 
 
Bem, foi uma grata surpresa ver tal revista estampada nas bancas e claro, foi um bom reforço à nossa divulgação permanente.
Continua....

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