domingo, 22 de novembro de 2015

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 25 - Por Luiz Domingues

Com uma produção muito simples, mal acabou de acertar o som mais ou menos, e o Edvaldo Santana já começou o seu show, pois o público já estava a se acomodar no salão envidraçado. O segredo ali seria tocar sob um volume bem baixo no palco, pois o PA era fraco e a reverberação do ambiente, enorme, não só pela parede envidraçada, mas também pela sua arquitetura sinuosa, nada adequada para uma sonorização de espetáculo musical.
Fachada de fora da galeria de vidro pertencente ao complexo cultural da Galeria Olido, e nessa foto extraída da internet, com uma performance de um grupo teatral

Naquele ambiente, fazer um show intimista com voz & violão seria o máximo possível para se garantir uma qualidade razoável de audição ao público, mas por outro lado, foi notável o esforço do produtor musical, Luiz Calanca para manter vivo o evento, com uma periodicidade semanal, ao escalar bandas de Rock autorais. Portanto, se não foi o local, e o equipamento ideais, a boa vontade para disponibilizar um espaço para artistas sofridos como nós, foi louvável.
Resignado com a situação e as condições, é claro que relevei tudo, e após confraternizar-me com o Luiz Calanca, sentei-me e assisti com bastante interesse o show do Edvaldo Santana. O Carlinhos Machado já havia me dito que o som dele era interessante, e eu pude comprovar isso ao longo de seu show de choque, com pouco mais de trinta minutos de duração. 

De fato, soou-me como um som bastante competente, ao mesclar a MPB setentista, com Blues, baladas, e um leve sabor Rock'n' Roll para arrematar. As suas letras eram bastante espirituosas, a lembrar artistas da MPB setentistas com um pé no Folk, e o outro no movimento Hippie, e de certa forma lembrou-me artistas do underground que eu apreciava nos anos setenta, tais como: Bendengó, Flying Banana, Papa Poluição e outros.

Ele, Santana, saiu de cena bem rápido, pois teria um outro show a cumprir na mesma noite em outro espaço, e assim abriu espaço para os Kurandeiros de Kim Kehl entrarem em cena. Nessa noite, teríamos o reforço do tecladista & gaitista e cantor, Claudio Veiga, popular, "Cazão".
Continua...

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