domingo, 22 de novembro de 2015

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 28 - Por Luiz Domingues

O próximo compromisso d'Os Kurandeiros ocorreu em uma casa onde eu nunca houvera tocado anteriormente, mas já conhecia de nome, chamada: "Santa Sede Rock Bar". Sabia de antemão, que ali era uma casa com instalações simples, mas acolhedora, e com pessoas no seu comando, comprometidas com as tradições do Rock, portanto, tive a certeza de que seria bem tratado e seria agradável me apresentar ali.

De fato, já conhecia um de seus proprietários, um rapaz chamado: Cleber Lesa, com quem eu mantinha amizade virtual através das redes sociais Orkut e Facebook e este, aliás, já havia comparecido à um show do Pedra, no ano de 2010, quando conversamos.  

No dia em que estava marcada a apresentação d'Os Kurandeiros, lembro-me que eu havia lançado um texto novo no Blog Limonada Hippie, sobre o Festival de Monterey de 1967 e para a minha surpresa, assim que cheguei ao estabelecimento, vi com prazer que no telão ali disponível, o Cleber exibia exatamente o DVD com o documentário sobre esse Festival.

Conversamos sobre a feliz coincidência e enquanto eu arrumava o meu equipamento e aguardava a chegada dos amigos da banda, fui embalado por um sentimento acolhedor, ao ver e ouvir o o DVD com aquelas doces lembranças da Era Hippie.  

O show foi bom, mas sinceramente eu aguardava um público maior para a casa. Não foi ruim, mas por ser uma casa frequentada por apreciadores do som 1960 & 1970, achei que em uma noite quente de primavera e ainda mais no sábado, atrairia mais gente.

Eu e o grande Fábio César, tremendo baixista, e pessoa gentil

Uma visita agradável se deu com a presença do baixista das bandas King Bird e Casa das Máquinas, Fábio César, que foi com muito entusiasmo à casa para nos prestigiar.

Foi a noite de 23 de novembro de 2013, com cem pessoas na plateia.
O último show de 2013 ocorreu na casa mais tradicional da carreira d'Os Kurandeiros naquela fase, pelo menos ao se considerar o período onde eu passei a figurar na sua formação oficial: O Magnólia Villa Bar.
No palco da casa situada no bairro da Lapa, em São Paulo, tocamos na noite de 18 de dezembro de 2013, sob os olhares de cerca de cinquenta pessoas. Trabalhamos sob o formato trio, novamente, a mostrar que tal formação de Power-Trio estava mesmo consolidada.
O ano de 2013 se findava. Fora um bom ano para Os Kurandeiros, na medida em que o Kim havia recuperado a sua saúde e a banda tinha engrenado novamente, após o hiato forçado pela convalescença de nosso Kurandeiro-Mor. E assim chegou 2014, a nos trazer boas perspectivas para a banda.
O primeiro compromisso do ano novo, foi novamente no Magnólia, desta feita com um público menor, mas não menos animado. Mas o fato a se destacar dessa noite de 8 de janeiro de 2014, foi a proposta que o dono do estabelecimento nos fez.
Ele, Alexandre Rioli, quis que os Kurandeiros tivessem uma identidade dupla e uma vez por semana, acrescidos de sua própria presença aos teclados, nos apresentaríamos como: "Magnólia Blues Band", para atrair a presença de um convidado especial da cena do Blues brasileiro a cada apresentação.

De minha parte, eu aceitei a ideia, visto que se já tinha acumulado o trabalho com Os Kurandeiros e com o Nu Descendo a Escada do Ciro Pessoa e no meio disso tudo, o Pedra havia voltado, portanto isso poderia parecer demasiado em ter um novo desdobramento, ao dar a impressão de que eu assumiria quatro bandas simultaneamente.
Mas, na prática, Os Kurandeiros jamais teriam choque de agenda com o Magnólia Blues Band, por razões óbvias, e no caso do Nu Descendo a Escada, estávamos a viver um longo hiato de inatividade da banda. No caso do Pedra, até aquele momento, não havia ocorrido nenhum choque de agenda.

Mas eu tinha uma preocupação pessoal em relação à esse desdobramento. Ponderei com o Kim, que agora que finalmente me sentia adaptado aos Kurandeiros, temia por ter que a toda semana, assumir a obrigação de ter que preparar muitas músicas diferentes dos convidados e que, por não ter escola de um "bluesman", talvez incomodasse os convidados com a minha falta de familiaridade com o gênero, e ao contrário do Kim e Carlinhos, que sempre foram extremamente pacientes com os meus erros, esse pessoal do Blues era exigente, e talvez não tivesse a mesma tolerância.

Tal desconfiança de minha parte foi rechaçada inteiramente pelo Kim, que mais uma vez tranquilizou-me e deu-me o seu voto de confiança.
Com tal respaldo, aceitei então a proposta e nasceu assim a terceira identidade paralela d'Os Kurandeiros, com o título de: Magnólia Blues Band. Tal nova banda ganhou sua identidade própria e gerou tantas histórias, que ganhou capítulo próprio, e que está a ser publicado neste meu Blog 2, e também com capítulos em formato de livro impresso tradicional, no meu Blog 3.
Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário