quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 172 - Por Luiz Domingues

Em meio a essa confusão toda gerada por conta do destino do ônibus, um convite inesperado surgiu por parte do diretório acadêmico de uma faculdade localizada em uma cidade da região do ABC paulista. Os seus dirigentes queriam que tocássemos na festa de recepção dos calouros de 2002.

Em princípio, uma oportunidade boa para realizar um show em uma data onde não tínhamos nada fechado, muito em função do fato de que o imbróglio por causa do ônibus freou a logística da banda e assim, houve um hiato na marcação de shows fora de São Paulo.

Nesse caso, a ideia foi tocarmos no ginásio de esportes da Universidade IMES, uma instituição pertencente à municipalidade de São Caetano do Sul-SP. Feito o convite, nos ofereceram um cachê razoável, porém, completamente inexperientes como produtores de  shows musicais profissionais, esses rapazes não tinham noção alguma sobre a produção de um show de Rock. No máximo, estavam acostumados a promover festas com bandas amadoras de estudantes e a tocarem sob condições inóspitas. Contudo, para nós, era muito mais complicada a situação, e nem vou perder tempo para explicar o óbvio ululante.

Como foi uma situação pouco comum de se lidar com produtores amadores, por uma questão de prudência, eu e Rodrigo fomos alguns dias antes do evento, ao local e assim checarmos as condições do palco e o PA disponibilizado. Claro que por ser um ginásio de esportes, mesmo que se contratasse o serviço de uma empresa de sonorização grande de mercado, já seria complicado, por conta da acústica completamente inadequada para espetáculos musicais, ainda mais show de Rock. Contudo, sem um equipamento condizente, pior ainda. 

E não deu outra, pois o  equipamento que nos mostraram se provou insuficiente e caracterizado pelo total improviso, ao se parecer com um Frankenstein, com peças misturadas. Não havia um número adequado de microfones e pedestais, multicabo, paramétricos essenciais etc. Ou seja, se tratou de um mini PA suficiente apenas para sonorizar uma sala de ensaios, no máximo.

Então, na base da boa vontade e improviso, bem no estilo do estilo brasileiro, os estudantes se prontificaram a tentar melhorar um pouco as condições no dia do show. O comprometimento dos estudantes foi positivo, devo admitir e isso compensava em muito a sua total falta de noção sobre o assunto. Não sabiam nada do ramo, mas não fugiram da raia e mediante as nossas instruções, se esforçaram para promover as providências para minimizar as dificuldades.

Não tinham verba para contratar uma empresa profissional, mas foram buscar reforço nesse equipamento, na base dos empréstimos de peças entre amigos etc. Mas um fator foi inevitável e nos causou espécie: o horário marcado para a apresentação foi insalubre: pediram para que estivéssemos no palco a darmos o primeiro acorde, às 8:00 horas da manhã! Ou seja, para que isso acontecesse, que horas deveríamos chegar lá para montar o palco?

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário