quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 165 - Por Luiz Domingues

Sob um arranjo bem fraternal, economizamos uma boa quantia que gastaríamos com hotel, ao nos hospedarmos no amplo apartamento pertencente ao baterista da banda: "Os Arnaldos", que faria a abertura do show da Patrulha do Espaço. Solícito ao extremo, foi um anfitrião muitíssimo hospitaleiro, ao nos deixar muito a vontade. O produtor do show, inclusive, era o vocalista da mesma banda. 

Onde o nosso anfitrião morava, ficava muito perto de uma casa de shows underground, mas bem falada da cena gaúcha, onde diversas bandas alheias ao mundo mainstream costumavam se apresentar ("Garagem Hermética"). Na porta de tal estabelecimento, vimos dois freaks, que estavam vestidos como se estivessem na Swinging' London dos anos sessenta.  Achamos incrível avistarmos figuras assim e melhor ainda foi que eles nos reconheceram e nos abordaram com bastante simpatia.

Foram dois membros da banda: "Cachorro Grande", que naquela ocasião ainda não detinham nem 10 % da fama que conseguiram construir no futuro próximo. Naquele instante, eram ainda artistas do espectro underground, mas eu reconheci um deles, por que me de sua participação nas fotos da banda Júpiter Maçã, onde ele atuava anteriormente, no final dos anos noventa (Marcelo Gross). O outro rapaz era o vocalista (Beto Bruno), e já usava o seu famoso boné estilo anos sessenta, que era a sua marca registrada.

Simpáticos, ficaram contentes em nos ver, e claro que os convidamos para o show da noite e eles resolveram mesmo comparecer, inclusive ao trazer consigo os outros membros da banda.

Eu, Luiz e Rolando Castello Júnior fomos dar uma volta na Avenida Independência, a seguir, e achamos uma loja de instrumentos interessante.
Entramos e ficamos felizes por verificarmos que havia um cartaz de nosso show em exibição no quadro de avisos. O dono nos recebeu com bastante empolgação, e ainda fomos abordados por um casal de paranaenses que nos reconheceu por ter lido a enorme matéria de página inteira que houvera sido publicada nos dois jornais da cidade de Londrina-PR, por ocasião de nosso show nesse município paranaense, bem no início daquele mesmo mês.
Rockers gostam de fazer ligações "mágicas" nessas horas, e claro que brincamos que foram muitos sinais positivos a acontecer para um dia apenas.

Ao final da tarde, tivemos mais um compromisso televisivo. Seria uma rápida inserção ao vivo em um programa de variedades da TVE gaúcha. Eu, no entanto, sucumbi ao cansaço, e fiquei no apartamento onde nos hospedáramos. Os demais comparecerem e fizeram uma inserção acústica, a tocar ao vivo: "Céu Elétrico". 


A banda de abertura, "Os Arnaldos", mantinha uma particularidade exótica: se tratava de uma banda cover a executar de forma exclusiva, a obra do Arnaldo Baptista! Os seus músicos adoravam o Arnaldo e mantinham no seu repertório, músicas de todas as fases da sua carreira, o que foi bastante salutar, apesar do caráter "cover" de tal empreitada. 

Um dos músicos dessa banda, foi o tecladista: "Astronauta Pinguim", que era bem equipado com teclados vintage e ótimo músico. Anos depois, esse músico mudou-se para São Paulo e e tornou-se por um tempo, ao final da década de 2000, bem famoso na cena da música eletrônica e Indie Rock, inclusive ao ser objeto de reportagens em jornais e revistas de mídia mainstream, além de aparições na TV etc.

Chegara o momento do show com a noite a avançar.

Continua...

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