terça-feira, 8 de setembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 130 - Por Luiz Domingues

O show de Itu-SP foi uma avant-première do que seriam as turnês interioranas, doravante. A dinâmica do ônibus, nortearia as nossas ações dali em diante, e só precisávamos azeitar melhor a equipe técnica, por que na prática, só tínhamos um roadie, e ele era novato, por haver recebido um treinamento rápido e ministrado por nós mesmos, pouco tempo antes. A vantagem do Samuel, no caso, foi a de ser um Rocker inveterado, e na parte estética/cultural, ter a noção exata de quem éramos e para ir além, ele sempre fora um fã inveterado da banda, a se tratar de um verdadeiro conhecedor de sua história. A sua pouca experiência profissional naquele instante, ficara compensada por essa qualidade pessoal.

Já o outro rapaz que estávamos a contar com os seus préstimos para essa excursão, se tratava apenas de um carrier. Ele não tinha nenhuma noção do que representava ser um roadie, propriamente dito, e portanto, na hora da montagem e desmontagem, em nada poderia contribuir, a não ser auxiliar a alcançar as peças para o único roadie, a cumprir uma ajuda pífia. 

E sobretudo, na hora do show, qualquer eventualidade que ocorresse, e são muitas as ocorrências nesse sentido, nós só teríamos um roadie na equipe para suprir a necessidade, quando uma equipe realmente profissional conta no mínimo com um roadie para cada instrumentista, especializado no seu respectivo instrumento e equipamento, portanto pronto a resolver qualquer pane específica. Bem, foi o que tivemos e assim viajaríamos. 

O reforço adicional seria a presença do Marco Carvalhanas, que atuaria como road manager, a encabeçar toda a logística e resolver questões pontuais, como assumir, eventualmente, até a bilheteria de casas noturnas onde apresentar-nos-íamos, por exemplo. 

A esposa do Junior na ocasião, Claudia Fernanda, também viajaria conosco, e ela, desde o início da nossa formação, atuava como produtora, certamente munida de sua experiência como coordenadora de eventos de grande porte, geralmente ligados à produção de exposições de artes plásticas, vernissage & afins, portanto, era muito ativa, a se mostrar determinada. E também detinha uma visão muito boa de estética, pois estava acostumada a cuidar do visual de galerias de arte, portanto, mesmo com a nossa banda não tendo nem 10% dos recursos visuais com os quais ela estava acostumada a lidar, eis que ela sempre achava um jeito de dar o melhor acabamento possível ao nosso palco. 

E finalmente o sócio-motorista, que só dirigia o carro e era o responsável pela sua manutenção, e não ajudava em nada no processo de montagem e desmontagem do equipamento, em cada show. Faltava-nos pelo menos um técnico de som, que seria o ideal, e mais um roadie, quiçá mais experiente, porém, as nossas condições gerenciais naquele instante não permitiram que pudéssemos contratar um profissional pelo menos, pois o certo mesmo seria levar dois, um para operar o PA e outro apenas para operar o monitor. Isso sem contar o iluminador, outro profissional muito importante para a equipe. Mesmo assim, claro que fomos em frente pois nada poderia nos deter. E la nave va...

Continua...

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