segunda-feira, 27 de julho de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 95 - Por Luiz Domingues

 

Faço uma pausa na cronologia da narrativa para retroagir um pouco sobre o fato de termos acumulado um conjunto de matérias e resenhas sobre o disco anterior, portanto, a denotar uma boa sobrevida ao lançamento. Eis então, mais um apanhado básico das matérias que ainda falaram sobre o álbum : "Chronophagia".

1) Esta resenha saiu publicada no Site Wiplash, e foi assinada pelo analista, Marcos Cruz:

"Uma das coisas que mais me entristece, é quando ouço um novo trabalho de alguma banda 'das antigas', e constato que devido à ânsia de 'faturar' um pouco,  acabam embarcando em algum tipo de modismo, descaracterizando totalmente sua sonoridade; às vezes isso também ocorre quando os caras 'erram na mão', e acabam fazendo um trabalho muito experimentalista, resultando em algo não muito agradável aos ouvidos.

E por mais paradoxal que possa parecer também, fico triste quando constato que a banda continua fazendo o mesmo 'arroz com feijão' de anos atrás, sem nenhum 'punch', apenas reciclando de forma burocrática sonoridades perdidas em outras eras, de modo a conservar seus velhos fãs (chato eu, não ?)...

Por isso foi uma grande surpresa quando ouvi este novo trabalho do Patrulha, que mesmo sem trazer absolutamente nada de novo, conseguiu fazer um disco que sem sombra de dúvida agradará a todos que gostem  de um bom Rockão 'das antigas', ora soando bem Rock'n' Roll, ora como as típicas bandas de hardão setentistas, ora beirando o progressivo clássico, tipo 'Yes'.

Aliás, a própria banda já deixa clara  suas influências no encarte, onde dedicam os temas à bandas/artistas como 'Humble Pie', 'Blind Faith', 'Grand Funk Railroad', 'Yes', 'Paul McCartney, e alguns brazucas ilustres como 'Mutantes', 'Arnaldo Dias Baptista", 'Som Nosso de Cada Dia', entre outros.

Há deficiências ? Sim, claro que há, mas nada que afete de forma profunda o trabalho. Talvez a maior de todas seja o fato dos vocalistas às vezes aparentarem estar no limite de seu alcance vocal. Mas esta deficiência é totalmente encoberta pela competência com que cuidam dos arranjos.

Marcello Schevano, além de tocar flauta, se reveza com Rodrigo Hid na guitarras, vocais e teclados. Luiz Domingues (ex-A Chave do Sol e ex-Lingua de Trapo),  cuida do baixo e a bateria continua a cargo de um dos fundadores do Patrulha, o legendário Rolando Castelo Junior, que tocou no Made in Brazil, além de ter participado do lendário 'Aeroblues', juntamente com Pappo, um famoso guitarrista argentino.

Além de 15 temas próprios, uma releitura extremamente sensível de 'Sunshine', do mestre Arnaldo Dias Baptista, com a participação, com a participação especial de Manito, no sax.

Dificilmente este trabalho atingirá  'disco de platina' , dificilmente será tocado nas rádios (com exceção de alguns poucos programas segmentados), dificilmente alguma faixa se tornará 'trilha sonora de novela global'...

Mas creio que o objetivo de Mr. Junior & Cia, não é este, e sim de sobreviver fazendo o que gostam - que é tocar Rock com muito prazer e competência.

Portanto, se o leitor tiver dificuldade em encontrar este CD (afinal trata-se de um lançamento independente), ou quiser entrar em contato com a banda para shows etc, escreva para a Caixa postal 45367, São Paulo, CEP 04009-970).

vamos prestigiar estes que são um dos últimos representantes de uma raça em extinção - a dos Roqueiros co 'R' maiúsculo!

Long Live Patrulha!!!"

Marcos Cruz


Bem, como era do feitio do Marcos Cruz em suas resenhas sobre discos e shows, a representar o site Wiplash, o texto é longo e recheado por impressões detalhadas sobre o assunto abordado. Particularmente achava e ainda acho essa liberdade de expressão sem limites de espaço, uma iniciativa excelente da parte dele. Nada tenho a considerar como adendo sobre o que ele disse, a não ser dizer que apreciei bastante essa resenha, assim como todos os membros da nossa banda, que também gostaram.

Continua... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário