segunda-feira, 18 de maio de 2015

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 72 - Por Luiz Domingues

Marcus Rampazzo, deu um show de simpatia, mas por outro lado, não por sua culpa, ele foi subutilizado nesse álbum. Ocorre que nós queríamos que ele colocasse um arranjo com cítara indiana na música : "Shadow of the Light".

Contudo, nós não o consultamos previamente sobre isso, e esse foi o nosso erro, pois pelo fato da cítara obedecer a afinação oriental com microtons, não é em qualquer harmonia que ela encaixa-se, sem parecer desafinada, aos padrões ocidentais, com sete tons e cinco semitons.

Como a música estava posicionada harmonicamente em Sol Maior, essa tonalidade mostrava-se imprópria (encaixar-se-ia se estivesse no campo harmônico de Si Menor ou Ré Maior), e nesse caso, só restou ao Marcus Rampazzo, gravar a sua participação a usar a "Tamboura", que adapta-se melhor à afinação tradicional ocidental, por mais ser um instrumento de apoio, e não sujeito à harmonia, propriamente dita.

Então, o ouvinte pode perceber claramente esse instrumento exótico na gravação dessa faixa, que lembra uma harpa, mas com uma sonoridade mediante um som indefinido, quase cacofonico, similar ao ruído de uma serra elétrica. 

Terminada essa fase, a mobilização agora seria para gravarmos o "Buzuki", um exótico instrumento com origem grega, que o Chris Skepis possuía e queria acrescentar para enriquecer com uma sonoridade diferenciada a faixa, "Candle Light".


Ele não era nenhum "especialista" no uso desse instrumento, mas conseguiu extrair uma sonoridade bastante interessante e ainda que na mixagem final, ele tenha sido sobrepujado em meio à massa sonora geral, é possível ouvi-lo com razoável nitidez, até por parte de ouvidos leigos, pouco acostumados a detectar sutilezas no áudio dos discos.
Continua...

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