domingo, 24 de maio de 2015

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 268 - Por Luiz Domingues


Bem, as outras bandas em questão foram: "Centúrias"; "Salário Mínimo", e "Abutre". E como todas aceitaram a proposta desses rapazes, animamo-nos quando vimos que os rapazes demonstraram dinamismo, e logo tomaram providências para que esse show de grande porte pudesse acontecer, com a previsão que nos deram, a dar conta de que aconteceria ao final de abril ou início de maio de 1986. Os planos foram ambiciosos no tocante à produção, pois ambos falaram que seria feita uma divulgação maciça, amparada por patrocinadores. E a história dos vídeoclips esboçou que frutificaria mesmo, visto que eles agendaram reuniões para a realização de "brainstorm" com as bandas, a visar buscar ideias para possíveis roteiros etc. Claro que ficamos felizes, ainda que com a devida cautela, pois já havíamos passado por diversos dissabores com empresários anteriormente etc.

Por outro lado, não tínhamos tempo para "sonhar" com tais promessas, pois estávamos empenhados no processo da demo-tape nesses meses e portanto, o lado bom dessa agenda cheia, foi que se toda essa movimentação não lograsse êxito por parte dessa produtora, nem teríamos tempo para desanimar. As negociações com a Sociedade Esportiva Palmeiras avançaram, e logo tivemos a boa nova de que estava mesmo confirmado tal salão de festas desse clube, como local do show. 

Tocar nesse espaço seria sensacional, pois o Palmeiras mantinha uma longa tradição em realizar shows de Rock; MPB, e festivais, há décadas. Até a Soul Music detinha tradição ali, pois por anos, o Palmeiras foi o local onde aconteceu o mais famoso baile/show de Black Music na cidade, chamado como: "Chic Show". Tim Maia cansou de apresentar-se ali, além de outros grandes nomes do Soul Music brasileira. Shows internacionais também aconteceram ali, fora o famoso show do Raul Seixas em 1982, que causou comoção geral, pois ele, Raul, estava sem fazer shows por um longo tempo e por conta disso, superlotou o espaço, ao deixar uma multidão na rua, desesperada para entrar. 

Eu, particularmente, detinha uma lembrança emotiva com tal espaço, e nem era pelo fato de ser torcedor do Palmeiras, e frequentar o estádio Palestra Itália em anexo, desde o início dos anos setenta. Foi por ter feito ali, a minha primeira apresentação de maior porte na carreira, ao apresentar-me no Festival "Fico", em 1977, quando eu toquei com o Boca do Céu, a minha primeira banda de garagem. Esse relato está narrado com detalhes no capítulo do Boca do Céu, e já devidamente republicado no meu Blog número 3. Em suma, tocar no Palmeiras seria importante para A Chave do Sol, mas também conteve esse signo importante para mim, por voltar ali naquele salão de festas, nove anos depois, sob uma situação muito diferente, musical e artisticamente a falar.


Continua... 

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