sexta-feira, 29 de maio de 2015

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 282 - Por Luiz Domingues



O telefone tocava... como eu já salientei outras vezes e assim, perspectivas novas surgiam. Recebemos, por exemplo, um convite muito bom da parte da Editora Três, que editava a famosa publicação "Som Três" e também diversas publicações sazonais sobre música e o Rock em específico, como desdobramentos de seu carro-chefe. Foram os famosos posters com a presença de bandas de Rock, clássicas, que muita gente que viveu a década de oitenta, há de se recordar.

Para a minha sorte em particular, apesar de estarmos em pleno 1986, no olho do furacão oitentista, a Som Três privilegiava bandas clássicas setentistas e quando enfocava artistas mais contemporâneos de então, pendia geralmente para o Rock pesado, ao invés da tendência natural que seria em enaltecer os artistas que militavam na seara da estética Pós-Punk, que ditou as regras naquela década.  

O Rock internacional mainstream predominara, entretanto, houve um poster desses que foi parar nas bancas de jornais e revistas, onde duas bandas brasileiras com raízes nas escolas oriundas dos anos 1960 e 1970, foram prestigiadas, o Made in Brazil e a Patrulha do Espaço. Dessa forma, eis que resolveram promover uma nova investida no mundo do Rock pesado, desta feita a mencionar bandas brasileiras oitentistas que estavam em voga, e A Chave do Sol foi uma das bandas sondadas para aparecer em tal publicação.

Daí a concretizar-se efetivamente, houve na verdade um bom tempo para ser preciso (algumas semanas), mas apenas o fato do telefone ter tocado, já foi genial, a denotar que em 1986, o nosso esforço empreendido desde os primórdios da banda em 1982, estiveram finalmente a nos levar à colheita.

No momento oportuno, eu falo sobre o "making off" da sessão de fotos desse poster.

O próximo passo da nossa banda, foi o show no Clube Nipo-Brasileiro de Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Seria o teste de fogo para o "Núcleo ZT"!

De fato, não poupamos esforços para fazer dessa experiência de auto produção, um sucesso. Com a verba que tínhamos, graças ao patrocínio concedido pela Baratos Afins, conseguimos enfim contar com um material que julgávamos suficiente para promover o show na cidade de Bragança Paulista/SP.

Tínhamos faixas nos pontos cruciais do centro, e no entorno do grande lago que é famoso na cidade, além de cartazetes nos locais estratégicos, selecionados a dedo pelo nosso colaborador, Eduardo Russomano, que era nativo da cidade, e sabia exatamente onde chamariam a atenção do público alvo que iria ao show, potencialmente.

O Zé Luiz foi várias vezes à essa cidade, amarrar contatos de produção e conseguira uma entrevista na emissora de rádio local, com direito a testemunhais da parte do seu locutor oficial, durante a programação regular.

Verificamos a agenda da cidade, e não haveria nenhum show de Rock concorrente na cidade, nem mesmo atrações Pop de mainstream ali, ou nas cidades vizinhas naquela noite. E a previsão de meteorologia era pelo tempo bom, para a noite do sábado em que tocaríamos. Portanto, cumprimos todo o "caderno de encargos" de um bom produtor de shows, sem nada que pudéssemos nos arrepender posteriormente e que justificasse um fracasso de público para essa produção.

Contudo...

Continua... 

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