quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 24 - Por Luiz Domingues


Não tínhamos outra alternativa a não ser o improviso, pois a verba ficara inexistente. Nos testes caseiros, o efeito da bolha era muito interessante, mas bem entendido, se visto em uma tela improvisada de lençol branco. O nosso desafio foi arrumar um projetor mais potente, mediante uma tela com maior dimensão, e com um tecido de qualidade superior, para melhorar a qualidade da projeção. 
Rolando Castello Junior a relaxar em uma pausa de ensaio, e Claudia Fernanda ao seu lado, que era a nossa produtora a época

A Claudia Fernanda, que trabalhava com eventos, providenciou-nos algumas peças de tecido que haviam sido usadas em uma instalação de artes plásticas da qual ela organizara. Não tratava-se de um tecido ideal para a projeção, mas era bonito para ser usado como cenário, simplesmente. Então, ficamos com um cenário simples, mas do jeito que ela arrumou, ficou até elegante. E no tocante à projeção, as bolhas ficaram muito sutis, longe do que sonhávamos, mas proporcionou um pequeno efeito.

Mesmo por que, tivemos que conformarmo-nos em usar o projetor pequeno, e assim, o foco foi pequeno, portanto inadequado para o que desejávamos. Dessa forma, ficou um arranjo bem comedido, mas de forma alguma comprometeu, aliás, pelo contrário, recebeu elogios, como já salientei. E para dar suporte, tivemos apoio daquela rede de amigos. Foi o Eduardo Donato que operou o projetor nos shows, e que havia ingressado em meu "exército de neo-hippies", mas não era oriundo da minha sala de aulas. Foi um rapaz que o Rodrigo conhecera, quando entrou na Faculdade Cásper Líbero, em 1998. 

Aliás, ao citar tal instituição de ensino superior, as histórias cruzam-se em minha autobiografia. Por exemplo e cabível neste trecho, nesse ano de 1999, no mês de maio, o Laert "Sarrumor" convidou-me para ir à sua festa de aniversário. Estávamos já a ensaiar com a Patrulha do Espaço, e eu vivia aquela euforia pró resgate de estéticas dos anos 1960 / 1970, desde o esforço empreendido em prol do projeto Sidharta. Sobre a festa em si, então, comparecemos : eu; Rodrigo, e o Eduardo Donato , todos vestidos como Rockers setentistas. O Laert quando avistou-nos trajados dessa forma anacrônica, começou a rir, naturalmente a achar-nos caricatos, talvez. Todavia, não havia tal predisposição de nossa parte e muito pelo contrário, estávamos imbuídos de um propósito sério nesse sentido. E no caso do Eduardo Donato, este o surpreendeu completamente, pois levou no bolso, a fita K7 que o Língua de Trapo lançara em 1980, e cuja gravação eu participei como membro da banda ! Ele havia encontrado tal rara cópia em um sebo, e dessa forma, o levou para o Laert autografar...
Patrulha do Espaço e Eduardo Donato, em um momento marcado pela descontração em tom de brincadeira, em foto de janeiro de 2000

Continua... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário