segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 62 - Por Luiz Domingues


E lá fomos nós tocar no "Volkana", uma obscura chopperia de um bairro longínquo de São Bernardo do Campo / SP, no dia 29 de setembro de 2000. Sem o "mutirão de filipetadores", porém a contar apenas com a nossa divulgação muito simples, conseguimos atrair cento e vinte pessoas ao estabelecimento, o que foi considerado excepcional para os padrões da casa. 

O palco era bem alto, o que causava um certo incômodo às pessoas que assistiam nas primeiras mesas, por não conseguir ver o espaço cênico inteiro. Além disso, houve o impacto do som direto do palco misturado ao pequeno P.A., a causar um desconforto auditivo razoável. Em frente ao palco, contudo, havia um mezanino, onde a visão mostrava-se privilegiada e não havia cobrança mais cara por seu uso, e para tanto, bastava o cliente chegar antes e ocupá-lo pelo mesmo valor do ingresso comum para outras parte do estabelecimento.
Apesar de ser localizado bem longe e não ter nenhuma tradição em realizar shows de artistas autorais, esses cento e vinte pagantes ali presentes, foram na verdade um fator inédito para os donos do estabelecimento, que animaram-se doravante a produzir mais shows nesse sentido, e a própria Patrulha do Espaço voltaria ali, em apresentações posteriores, sobre as quais relatarei no momento oportuno.

Entrevista com Rodrigo e Marcello na Revista Cover Guitarra. Um fantástico reconhecimento do talento de ambos, que começava a aparecer na imprensa especializada. A lamentar-se apenas o erro crasso ao grafar o nome de ambos : Marcello com um "L" apenas, deu para aguentar, mas quem afinal de contas, é Rodrigo "Hill" ? Eu conheço o Rodrigo Hid...


Tecnicamente foi um bom show, com o público a interagir bem. Fizemos a suprema loucura em levar todo o nosso equipamento de palco, incluso o órgão Hammond, portanto, quem esteve presente, viu um show de Rock com produção de teatro. De fato, os donos ficaram surpreendidos com o público presente e a animação do show, ao considerar ser um artista autoral. E eufóricos, diziam que queriam transformar a casa em um espaço de shows autorais doravante, e assim tratar por diminuir as baladas com bandas cover, gradativamente. 

Isso abriu perspectiva para tocarmos lá novamente, conforme já disse anteriormente, e no devido tempo, isso será comentado. O outro sócio do estabelecimento, aquele rapaz que falava pelos cotovelos, e era sósia de Vernon Presley ou Lloyd Bridges, começou a sua divagação interminável ao falar em reformas na casa, digamos mirabolantes.

"Brainstorm" é uma ferramenta útil no processo da criação, mas no caso dele, foi uma autêntica elucubração vazia, delirante, mesmo. A casa até poderia melhorar, mas para tanto, precisaria de muito dinheiro e mesmo assim, a localização na periferia de São Bernardo do Campo, não favorecia e tem o principal... isso seria um problemas de seus mandatários, não nosso, absolutamente. O próximo passo da banda foi, aí sim, uma investida errante, como se diz-se por aí. Apertem os cintos; coloquem o capacete; tomem as suas pílulas de proteínas; pois nessa, nem o Major Tom viajaria tanto...

Continua...
 

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