sexta-feira, 18 de julho de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 140 - Por Luiz Domingues


Voltamos à cidade interiorana de Atibaia / SP, logo a seguir. Desta vez, o show realizar-se-ia em um espaço maior, porém não adequado em 100 % para shows de Rock, também, como ocorrera no show anterior. Todavia, tratou-se de um show mais agradável no sentido de que o espaço para a performance da banda foi maior, com um palco mais extenso e a existência de um equipamento mais adequado, onde pudemos tocar com uma pressão sonora mais forte e compatível com um show de Rock.

Mais solto, o Chico Dias pôde enfim ter uma performance mais condizente, como um frontman de banda de Rock. Claro, ele era muito jovem e inexperiente e portanto, faço as ressalvas de que além do nervosismo inerente, ele ainda exagerava em imitar trejeitos de vocalistas internacionais que admirava, tais como :  Freddie Mercury; Paul Rodgers, e David Lee Roth, entre outros. Menos mal, ao imitar tais ídolos seus, imprimia um ritmo em sua atuação, bastante interessante e energético.

Ele precisava melhorar em muitos aspectos, mas era um alento ter um frontman, fator que não tínhamos desde a saída da Verônica Luhr, a frontwoman que deixou-nos em abril de 1983. 
 
 

Dividimos a noite com o Excalibur, uma banda de Heavy-Metal com ótimos músicos e cujo vocalista (Beto), era um rapaz muito interessado em literatura. Portanto, ao fugir do lugar comum das bandas pesadas dessa época, ele procurava escrever letras de um teor muito poético, inspirado em seus ídolos, que entre outros, eram os poetas malditos franceses do século XIX e Jim Morrison, portanto, referências demodèe para os anos oitenta, mas eu o admirava por esse aspecto.

 

Jovem, porém culto e bastante articulado, destoava da média dos músicos de Heavy-Metal daquela cena oitentista e de certa forma, aproximava-se mais dos adeptos do Pós-Punk, por tais predileções mais avantajadas sob o ponto de vista intelectual, contudo sem compactuar com a musicalidade tosca dessa gente. O show do Excalibur foi energético e logo a seguir fizemos o nosso.
 

A casa era um centro cultural localizado sob um ambiente paradisíaco. Tratou-se de um grande salão envidraçado, no meio de um mini bosque, com direito a um belo lago. A noite, com o frio e a garoa, remeteu à Europa.
 
 
 
 

O evento foi batizado como : "Festa da Crisi", escrito dessa forma, errônea, propositalmente. Foi um evento produzido por um C.A. de uma Faculdade de Direito, local.
 
 

Ocorreu no dia 15 de setembro de 1984, e atraiu cerca de duzentas pessoas, um contingente considerado bom pelos organizadores, mas nós ficamos com a impressão de que foi fraco, devido ao espaço que comportava muito mais gente.



Continua... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário