sábado, 1 de março de 2014

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 11 - Por Luiz Domingues

Eu lamento (muito mesmo) ter perdido o meu caderno, onde tinha o cadastro de todos os alunos. Eu esqueci-me do nome da maioria, principalmente nesse primeiro período, entre 1987-1990. Recentemente (ao escrever este adendo em 2014), encontrei-me com Cesar Talarico, que foi meu aluno nesse período inicial que estou a enfocar, de 1987. Salutar poder citá-lo, portanto, mas gostaria mesmo em lembrar-me de todos, sem exceção. Aos poucos acrescentarei nomes que estou a resgatar pelo contato de reaproximação que as redes sociais da internet, proporcionam. 

De volta à narrativa em sua cronologia, aquele rapaz de Piracaia / SP (que citei em capítulo anterior), era esforçado demais. Tive outros casos semelhantes, com obstinados dessa estirpe. Já citei um que vinha de um sítio no perímetro rural de Embu das Artes, por exemplo. Mas faço questão de contar a história dele, quando chegar à 1990-1991, nesta narrativa. 


Sim, o rapaz de Piracaia / SP, aproveitava cada segundo da sua aula. Foi o mínimo que eu esperaria dele. Ainda nesse primeiro semestre de 1988, lembro-me em ter recebido uma carta de um garoto oriundo de Jaú, cidade do interior de São Paulo, que fica bem longe (350 a 400 Km de São Paulo, + ou -). Era um rapaz chamado, Alexandre ou Alessandro Vendramini. Logo que respondi, perguntei-lhe se ele era parente da "paquita", Luciana Vendramini, e ele respondeu-me a afirmar que era primo dela. Era público e notório que a Luciana era de Jaú / SP, daí eu ter perguntado.

Ele estava a desejar realizar um esquema de aula dupla quinzenal, mas culminou em não acontecer, pois era muito sacrificante para ele. E claro, por ser muito jovem, seus pais não apoiariam uma aventura preocupante dessas, com o garoto a enfrentar uma longa viagem, e sobretudo para andar na cidade de São Paulo, fator que assusta qualquer pessoa que mora em cidades pequenas do interior. 

Lembro em comentar com outros alunos sobre o rapaz ser primo da paquita, e os alunos enlouquecerem, a torcer para dar certo e aí, no arroubo de seus sonhos juvenis, pediriam para ele levar revistas Playboy dela, para eventuais autógrafos da parte de sua bonita prima. Para decepção geral, eis que não aconteceu. E o rapaz lamentou muito, pois era grande fã d'A Chave do Sol, e sonhava ter aulas comigo. 

Continua... 

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