terça-feira, 4 de março de 2014

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 7 - Por Luiz Domingues

Então, no virar de 2004 para 2005, o clima na banda mostrava-se sob muita euforia em torno dessa nova formação. Logo fomos a tratar de retomar os ensaios, após o enfadonho período de festas. Mediante sugestões de todos, escolhemos o nome : "Pedra", para a banda. Em uma lista não tão comprida assim (como é a praxe desse tipo de ocorrência no começo de uma banda), afinal, "Pedra" e "Carranca", mostravam-se os mais cotados.

Mas eu, de longe achava o nome : "Pedra", mais apropriado. Isso porque a sugestão de "Carranca" que viera do baterista , Alex Soares, era regional demais na minha opinião. Esse foi o meu argumento para convencer os demais, visto que o Rodrigo que adora motes regionalistas de raiz, estava propenso a votar nele. O Xando gostava dos dois, e o Tadeu Dias, também demonstrava isso.

Da esquerda para a direita : Luiz Domingues; Rodrigo Hid e Tadeu Dias, nos primeiros ensaios de 2005, com a nova formação da banda. Foto de Grace Lagôa

No fim, eu consegui convencer os indecisos, com o argumento de que "Carranca", realmente remetia a um tipo de espectro regionalista, que definitivamente o nosso som não possuía. Depois do lançamento do CD Pedra II, o Rodrigo imprimiu um pouco dessa vertente, sem dúvida, na sonoridade da banda, mas a grosso modo, sempre fomos muito urbanos para estigmatizar o nome com algo tão rural.

E de fato, "Carranca", caberia melhor para uma banda pernambucana indie, do dito movimento, Mangue Beat. Definido o nome, já imaginamos a questão do press-release, e as inevitáveis perguntas dos jornalistas : por quê "Pedra" ? Porque seria uma palavra de fácil assimilação; pronúncia; memorização; e transmitia a ideia de solidez; coesão; matéria bruta primordial, com a qual faz-se tudo ou quase tudo na civilização, etc. Claro, poderiam perguntar se havia conotação com as drogas. Pedra de ácido; pedra de crack, pedra de cocaína ?

Nesse caso, a resposta seria a negativa, naturalmente, ou deixar dúbio, a convidar o ouvinte a pensar o que desejasse. Eu fiquei satisfeito, pois aprendi com a experiência adquirida ao longo de uma carreira extensa, que deveria evitar nomes compostos, com preposição e / ou artigo. E passou-me a ideia de um nome forte, sucinto e sonoro. Logo a seguir, saiu uma nota na revista : "Batera e Percussão", para citar a formação da nova banda, e para o nosso espanto, pois estávamos a manter toda a nossa movimentação inicial sob sigilo, até então.

Todos tínhamos história na música, essa era a verdade, e diante dessa fato inexorável, estávamos sujeitos aos fuxicos da mídia, mesmo que fôssemos artistas que a vida toda orbitaram o underground da música , fora do mainstream...



Notas em sites como Wiplash e Rock Brigade, começaram a especular e reitero, guardávamos sigilo absoluto sobre a formação da banda e tais manifestações, foram fruto de vazamento involuntário de informação, portanto.

Continua...

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