sábado, 28 de dezembro de 2013

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 3 - Por Luiz Domingues

E assim, foi essa dinâmica nos meses de outubro e novembro de 2004. Ensaiávamos as segundas no estúdio Overdrive, e nesses primeiros ensaios, como o Xando vinha a trabalhar com esse pessoal desde agosto / setembro, mais ou menos, já havia algumas músicas bem adiantadas. Foi o caso de : "O Dito Popular"; "Sou Mais Feliz"; "Vai Escutando"; "Se Agora eu Pulo Fora", e "Me Chama na Hora". Alex Soares era um baterista técnico, firme e bom de andamento.

Xando Zupo & Tadeu Dias em um ensaio, em janeiro de 2005. Foto de Grace Lagôa 

Tadeu Dias tinha grande conhecimento teórico e era um especialista em Black Music, justamente por estar acostumado a acompanhar artistas como Simoninha e Max de Castro. E o Marcelo "Mancha", tinha excelente impostação vocal. O Xando, apresentava um nível técnico excelente e logo notei que era minucioso na questão de timbres, por ter muito requinte na escolha de cada guitarra para ocasiões diferentes, angulações das caixas dos amplificadores, e no uso de seus pedais.

Pus-me a colocar o meu baixo, com total liberdade, e isso agradou-me, pois na verdade, é a única maneira com a qual eu sei interagir em uma banda, pois sinto-me inibido a criar, quando tolhido e limitado a seguir opiniões alheias. Minhas melhores linhas foram criadas dessa forma, sem interferência. Os ensaios transcorriam em clima de absoluta cordialidade, enquanto o Xando dizia-nos que teria um canal muito bom para viabilizar a produção de um vídeoclip, e assim que tivéssemos um quórum mínimo de músicas, poderíamos usar o estúdio para gravar o primeiro CD.

Mas a despeito dessas oportunidades, o que mais agradava-me nesses instantes iniciais, além do clima leve da banda, foi a característica que delineava-se no tocante ao estilo. Agradava-me a ideia em ser Pop o bastante para pleitear o mainstream, mas sem violentar-me com breguices ou apelações.

A formação nos primeiros ensaios do Pedra, ainda ao final de 2004, da esquerda para a direita : Alex Soares; Xando Zupo; Marcelo "Mancha"; Tadeu Dias, e eu, Luiz Domingues. Foto de Grace Lagôa

Estávamos a empreender ali, uma música sob alta qualidade, com variantes que passeavam pelo Rock; Soul, MPB etc. Ou seja, uma sonoridade aberta e pronta a angariar um público mais abrangente, fora do nicho do Rock underground, onde militei tanto, em bandas anteriores, pelas quais atuei.


Continua...

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