sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 3 - Por Luiz Domingues


Sabíamos que se o convidássemos a fazer uso de um argumento em torno da criação de uma banda iniciante; sem empresário; sem esquema e sem dinheiro, ele recusaria de pronto, pois já estava cansado dos dissabores da música, as idas e vindas, os fracassos financeiros etc. E tudo agravar-se-ia se eu dissesse-lhe tudo o que citei acima, acrescido do fato de termos dois garotos muito jovens, e inexperientes na formação. 

A Patrulha do Espaço vinha de uma labuta de anos e anos sob formações efêmeras e shows sazonais. A última tentativa de uma volta para valer, houvera sido ao final de 1990, e logo foi frustrada com a morte do baixista, Serginho Santana. Então, para convencê-lo, nós só tínhamos uma chance : impressioná-lo com o repertório excelente que o Sidharta havia preparado, e sobretudo para fazê-lo ver o talento dos dois garotos. Porém, seria preciso uma estratégia diferente, pois abordá-lo para que ouvisse nossas músicas gravadas precariamente nos ensaios ou convidá-lo a tocar conosco, seria infrutífero. Ao final de fevereiro, eu o encontrei no Centro Cultural São Paulo, onde assistimos ao show da banda, Cheap Tequilla, e daí ele disse-me que faria na outra semana, um show tributo ao Keith Moon, em uma casa noturna.

Fui então com os garotos, assistir esse show em uma casa noturna de Rock, na zona leste de São Paulo, onde curiosamente cinco meses depois, nesse mesmo palco, músicas do Sidharta estariam a ser executadas... mas revelo isso na cronologia dos fatos. Não falei nada com ele, nessa ocasião desse show, onde arrastei pelo menos vinte agregados do meu exército de Neo-Hippies, oriundos da minha sala de aulas, incluso Rodrigo e Marcello. Isso foi no dia 5 de março de 1999. No dia 7, liguei para o Júnior e disse-lhe que gostaria de marcar uma Jam-session, com ele. Ele quis saber o por quê disso, e eu esquivei-me, ao dizer-lhe que queria apenas fazer um som descompromissado, para descontrair. Ele aceitou, um tanto quanto desconfiado, mas quis saber o que tocaríamos. Fui lacônico, e afirmei-lhe apenas que tocaríamos clássicos do Rock sessenta / setentista. E assim, ficou marcado para o dia 12 de março de 1999, essa jam-"bote" que projetamos para impressioná-lo.
Continua...

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