segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 35 - Por Luiz Domingues

E dessa forma, eu fui apresentado a Nelson Brito e Paulo Zinner, que a seguir, apresentaram-me ao Raul Müller. Instantaneamente estreitamos amizade pela proximidade de ideais, e logo de imediato, fui ajudado gentilmente pelo Nelson, conforme já revelei em capítulo anterior. 

Isso por que eu estava sem amplificador nessa época, e a casa fornecia equipamento de palco (backline), mas por alguma circunstância excepcional, esse trato foi rompido, e assim, vimo-nos na situação em não ter equipamento disponível, mais. Todavia, o Nelson prontamente ofereceu o seu amplificador e caixa, de marca Acoustic, um equipamento que sempre fora um sonho de consumo meu, pois o fato foi que eu cresci a ver fotos e vídeos de muitos ídolos internacionais, a usá-los. John Paul Jones, Gary Thain, Tim Bogert, John Deacon e tantos outros mestres das quatro cordas, por exemplo. 

E de fato, tratava-se de um amplificador maravilhoso, pois oferecia muitas possibilidades em termos de equalização, a trazer muito brilho, e um peso de arrasa-quarteirão. O meu Fender Jazz Bass roncou forte nesses quatorze shows que ali cumprimos!

E o Fickle Pickle, apesar de não tocar músicas autorais, era uma banda impressionante ao vivo. Tocavam canções do The Rolling Stones, The Beatles e The Who, principalmente, mas com uma volúpia tal, que pareciam estar a atuar no Marquee Club de Londres, nos anos 1960. Eu apreciava muito a performance deles.

2) Uma outra curiosidade, foi que um dos dirigentes do Victoria Pub, mantinha muitos contatos no meio fonográfico, e dessa forma, ele propôs aos instrumentistas do Fickle Pickle, que estes formassem uma banda paralela, onde ele mesmo seria o vocalista.

Dessa forma, a aproveitar-se do "Boom" do Br-Rock 80's que estava a florescer naquela época, Paulo, Nelson, e Raul gravaram e lançaram com esse sujeito, um single. A banda detinha uma estética enviesada pelo modismo da "New Wave"em voga, ao seguir os ventos oriundos do Pós-Punk, e recebeu o ridículo nome de: Pepino Irritadiço"... 
Os amigos não gostavam disso, mas claro que aceitaram e gravaram, pois foi uma oportunidade e nesses termos, não podiam mesmo dar-se ao luxo de recusar... 
A banda continha ainda duas "vocalistas", e na verdade, era uma espécie de "Trio Los Angeles" do Pseudo-Rock New Wave... o som que produziam, era realmente uma pasmaceira Pop, e que perdoem-me pelo termo forte, e pela sinceridade. Entre nós, o Zé Luis Dinola apelidou a banda como: "Cenoura Raivosa". 
Continua... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário