domingo, 1 de setembro de 2013

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 38 - Por Luiz Domingues




Então, esse sujeito que chamava-se, Plínio, propôs-se a desmontar todo o nosso equipamento recém adquirido, e assim estabelecer um grande check up, para trocar possíveis peças estragadas, ao promover uma limpeza, enfim. Dissemos-lhe que não tínhamos condições para pagar-lhe por esse serviço, e que aguardasse então uma oportunidade melhor advinda dos nossos bolsos, mas ele insistiu muito nessa determinação em ajudar-nos, e que faria tudo gratuitamente, pelo prazer em ajudar, e se liberássemos sua entrada em uma apresentação nossa, nos bares em que tocávamos, como uma mera cortesia. 
O sujeito insistiu tanto, que realmente acreditamos no seu espírito altruísta e finalmente concordamos em deixar que ele ajudasse-nos com tal manutenção.
E de fato, tal como um carro usado que compramos e rapidamente encostamos em nosso mecânico de confiança para promover um check-up, realmente foi uma ajuda providencial. Sendo assim, o rapaz colocou a mão na massa. Em dois dias, desmontou tudo, checou todos os componentes eletrônicos, válvulas dos amplificadores, limpou e lubrificou tudo etc. Mas, por esquecer-se do que havia dito-nos anteriormente, quando apertou o último parafuso, para montar a última peça, apresentou uma conta, que tinha um valor absurdo ! E aí, rapidamente o clima amistoso transformou-se em uma discussão acirrada, com o tom a esquentar bastante, e mediante troca de insultos, até chegar-se sob um limite bem desagradável. Como resolução, o rapaz compareceu a uma dessas apresentações subsequentes, e teve sua entrada liberada conforme o combinado, contudo, na hora da sua saída do estabelecimento, quis debitar a enorme conta de consumação que fizera, em nossa conta.


Com a nossa recusa em assumir, visto que o combinado fora somente liberar o ingresso, o elemento lotou a sua "comanda", deliberadamente para tentar prejudicar-nos. Evidentemente, para rechear a comanda com marcações, ficou muito embriagado, e assim proporcionou um vexame na hora da saída, por recusar-se a pagar, e claro que o gerente da casa não quis nem saber do imbróglio. Lógico que teve de pagar, e saiu de lá a amaldiçoar-nos... resumo da história : o combinado não é caro, mas descumprir o acordo, fica muito oneroso.

Continua...

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