domingo, 8 de setembro de 2013

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 6 - Por Luiz Domingues

Fizemos o show da casa noturna, Armageddon, e logo vimos que a banda chamava a atenção, principalmente pelo fato do Chris ter tocado no grupo inglês, Cock Sparrer, e eu por ter sido do Língua de Trapo, e A Chave do Sol. Uma pequena matéria com direito a foto, saiu rapidamente na revista Bizz, a citar-nos como banda promissora, e na matéria, falavam que apesar de sermos "modernos", tínhamos um certo ar setentista, que remetia ao "Mott the Hoople"...



Portanto para eu e Chris, que adorávamos as bandas do oriundas do movimento do Glitter Rock britânico setentista, foi uma grande menção. Então, aliado ao fato de que o baterista, Juan Pastor tinha contatos fortes na cena underground, graças à sua condição como estagiário da 89 FM (que vivia um grande "boom" com audiência à época, e por uns quatro anos liderou com folga, o ranking das rádios Rock de SP), mais essa certa facilidade que a mídia escrita dava-nos por causa do Chris e eu (por sermos egressos de bandas significativas dos anos 1970 e 1980), muitas chances apareceriam, e nos próximos meses, mais ainda, como detalharei a seguir.



Shows foram marcados no circuito underground da noite paulistana.Tocamos no Black Jack Bar, Armageddon (novamente); Victoria Pub; Der Tempel; Arkhan Club, e no Move's de Santo André. Uma curiosa ocorrência deu-se nessa ocasião, inclusive... foi nesse show em Santo André / SP, realizado em uma casa chamada : "Move's", no dia 16 de maio de 1992. Foi apenas o segundo show oficial do Pitbulls on Crack, e fomos tocar nessa cidade do ABC. Santo André, nos anos oitenta houvera sido um reduto punk, e de Skinheads, também. As histórias sobre confrontos pela cidade entre as duas tribos, e ambas contra os Headbangers (adeptos do Heavy-Metal), foram inúmeras, e principalmente no entorno da estação central de trem, o perigo mostrara-se iminente. No início dos anos noventa, esse panorama estava mais ameno, mas ainda havia focos. Fomos tocar no Move's, despreocupadamente, mas quando saímos da casa para irmos embora, após o seu término, havia um grupo de punks na porta a esperar-nos. Assim que desci as escadas do bar e saí na calçada, achei que teríamos problemas, mas qual não foi a minha surpresa quando vi os elementos com atitude dócil, a aguardar pela presença do Chris Skepis, para autografar capas de Lp's, e tirar fotos com ele. E os sujeitos pouco importavam-se com o fato dele, Chris, ter cabelos longos, ao estilo Rocker setentista. Trataram-no como a um ídolo.





 


Mas o primeiro grande teste para o Pitbulls on Crack ocorreu em um show organizado pela rádio 89 FM, onde abrimos o Golpe de Estado, no estacionamento do Parque de Exposições do Anhembi, no dia 4 de julho de 1992, em um evento para um público de dez mil pessoas, aproximadamente.




Acostumados a tocar em pequenos palcos de casas noturnas, foi um bom teste, apesar do público não ter empolgado-se, mas claro, seria por esperar-se, pelo fato de sermos completamente desconhecidos. 

Mesmo assim, saí do palco satisfeito com as poucas palmas, mas muito mais pela ausência de vaias e hostilidades, tão comuns à bandas novas, sem condições de causar comoção, por não possuir músicas veiculadas no rádio e TV.

Continua...

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