quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 16 - Por Luiz Domingues

Com Verônica Luhr, efetivada como componente de nossa banda, passamos a acelerar o processo para prepará-la a atuar ao vivo. Já tínhamos mais músicas próprias a caminho, mas ainda precisávamos de "covers" para completar o set list.
E com a entrada dela, e diante de seu potencial, tratamos logo de colocar no repertório, músicas como: "Proud Mary"e "Acid Queen", para ela soltar a Tina Turner que tinha na garganta. O primeiro show ocorreu em um festival colegial.
Não concorremos, logicamente, mas fizemos o show oficial do Festival do Colégio Manoel de Paiva, localizado no bairro do Campo Belo, na zona sul de São Paulo. 
 
Mesmo sob um caráter amadorístico, havia um PA alugado, com qualidade razoável, que a direção da escola, em parceria com o centro acadêmico dos estudantes, havia bancado. Havia cerca de duzentas e cinquenta pessoas presentes, nesse dia 20 de novembro de 1982. 
 
A irmã do Rubens, Rosana Gióia, apresentou-se também, ao fazer backing vocals. 
Essa apresentação foi um estouro, pois além de contrastar com o nível sofrível das bandas de alunos, que apresentaram-se a concorrer (e 99.9% delas, a praticar o Heavy-Metal no modismo do "NWOBHM" (The New Wave of British Heavy-Metal), a Verônica chamou muito a atenção. 
 
A sua voz era impressionante e claro, a sua beleza física provocava frisson. O sua pronúncia, ao menos nessa época, do idioma inglês, não era boa, mas isso não nos incomodava em demasia, pois os "covers" seriam usados como meramente ocasionais, e portanto, estavam com os seus dias contados. 
Esse foi o primeiro show d'A Chave do Sol, em que não tocamos para uma plateia formada somente por amigos e parentes e a repercussão efusiva provocou aplausos, uivos, assobios e assédio no camarim. 
 
Foi um começo muito animador para essa nova formação, e na semana seguinte, já tínhamos marcado mais dois shows, novamente no Café Teatro Deixa Falar, e desta feita, sedimentados como quarteto. Esses shows posteriores foram muito fracos em termos de público, no entanto (dias 26 e 27 de novembro de 1982 e com dez e quinze pagantes, respectivamente). 
 
No entanto, a dona Sabine, havia recém-adquirido uma outra casa noturna, localizada na Rua 13 de maio, no bairro da Bela Vista (o popular, "Bexiga"), na região centro-sul de São Paulo, onde a movimentação da noite era fortíssima naquela época, e assim, convidou-nos a fazer uma temporada lá, para atrair público ao seu novo estabelecimento. E nessa série de shows, fatores muito engraçados aconteceram.

Continua... 

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