segunda-feira, 29 de abril de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 25 - Por Luiz Domingues


Ainda  a falar sobre a prática das dublagens de TV...
Pois é... passam mil coisas na cabeça, do tipo : estou a fazer papel de tolo; estou a ser ridicularizado; ninguém vai levar a minha música a sério, ao assistir-me a fazer esta palhaçada...
No entanto, um fator precisa ser levado em consideração : muitas pessoas, para não dizer a maioria, quando miram um artista a dublar, nem pensam nesses questionamentos, e apreciam a música, e o artista etc.

A questão da praticidade dos técnicos de TV, é muito discutível, se levar-se em consideração que nas décadas de cinquenta e sessenta, a TV era incrivelmente mais tosca, com uma tecnologia precária, e no entanto, abundavam programas de TV com música ao vivo e sob muita qualidade artística. Portanto, tal prática a privilegiar a simplificação total, é uma tremenda de uma desculpa esfarrapada...
São poucos que os questionam esse formato, e no final das contas, apesar dos pesares, eu preferia mil vezes fazer uma dublagem, do que não aparecer na TV, e ficar anônimo com minha dignidade a fazer-me companhia... mas como isso é muito relativo, no entanto, esse conceito eu tinha naquela época, pois hoje em dia, acho que a dignidade artística vale mais do que aparecer a realizar essa pantomima desagradável em programas popularescos, que não acrescentam-lhe nada.
Continua...

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