sábado, 26 de janeiro de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 18 - Por Luiz Domingues

As primeiras impressões foram com o sentimento da estupefação. Aquele grupo que eu havia deixado no início de 1981, sob condições difíceis, mostrava-se outro, completamente diferente. Fiquei boquiaberto quando o Laert mostrou-me o portfólio da banda. Naquela época, representava quase dez pastas enormes, abarrotadas com matérias de jornais e revistas.
Eram entrevistas de página inteira em jornais de grande circulação; revistas de grande porte; jornais de diversas cidades interioranas e capitais de outros estados...

O Lizoel, guitarrista que eu conhecia desde a minha primeira passagem pela banda, falava-me a respeito de muitos pormenores sobre os bastidores. Foi o componente da banda, mais antenado na questão das oportunidades dentro do mundo fonográfico, e foi logo a dizer-me que o Língua de Trapo estava na iminência para fechar contrato com uma grande gravadora, onde contatos já estavam adiantados. O Laert então preocupava-se mais com a realidade do cotidiano, e assim, queria que eu preparasse logo as músicas novas, pois o objetivo primordial seria preparar-me para o novo show que estava a ser ensaiado para a turnê de 1983 / 1984. Entrosei-me muito rapidamente com o baterista, Naminha, que é um amigo extremamente gentil. E também com o tecladista, João Lucas, que apesar de ver-me a ocupar o posto que fora de seu irmão, o baixista, Luiz Lucas, acolheu-me muito bem, e tornar-se-ia um grande amigo posteriormente, com o avançar da turnê.
A residência de Fernando Marconi, onde ensaiávamos em 1983, ficava na Rua Cardeal Arcoverde, próxima a essas pequenas oficinas de restauração de móveis antigos.
                             
Sergio Gama e Fernando Marconi também receberam-me muito bem. Os ensaios ocorriam na residência do Fernando Marconi, que estava casado com a jovem, Lia Moussalli, nessa época. Sergio Gama também estava casado, com Nancy Goulart, filha do jornalista, Goulart de Andrade, famoso pelo seu programa na Rede Globo, "Comando da Madrugada", e ela esperava o primeiro filho do casal. E o Pituco Freitas, estava mudado também. Estava com uma postura de artista, coisa que não tinha bem delineada antigamente. Agora ele aprendera a impor-se nesse sentido, o que fez-lhe muito bem. Nesse período, a banda estava assistida por um escritório de empresários, mas os membros não estavam contentes. Logo fui informado que estavam insatisfeitos, e sonhavam voltar a trabalhar com o empresário que tinham anteriormente, um holandês chamado, Jerome Vonk.
                             O empresário Jerome Vonk

Continua...

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