sábado, 26 de janeiro de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 17 - Por Luiz Domingues


Já a administrar uma inevitável crise, o primeiro baque para A Chave do Sol, seria ter seu ritmo de ensaios prejudicado. Aquela rotina de seis ensaios por semana das quinze às vinte e duas horas, seria modificada por um período. Eu precisava ensaiar com o Língua, também em um ritmo forte. A minha sorte, foi que eles estavam a encerrar a turnê do primeiro disco, e decidiram que seria bobagem eu decorar o show antigo, inteiro, para cumprir as últimas datas e ensaiar também o show novo que eles estavam a preparar.
Então, comecei a ensaiar com o Língua de Trapo, em todos os dias do começo de outubro, quando eles não tinham shows marcados. A última turnê teria shows em Curitiba (também em Belo Horizonte e alguns em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista), onde fariam duas semanas no Teatro Paiol. Para aproveitar essa brecha, comecei a ensaiar. Os ensaios foram realizados na casa do percussionista Fernando Marconi. Ele, Fernando; Laert; Pituco e Lizoel, eram os únicos remanescentes da minha primeira passagem entre 1979 / 1981. Já conhecia o guitarrista Sergio Gama desde 1980, e o tecladista João Lucas, desde 1982. Sobre o baterista Nahame Casseb, popular "Naminha", também conheci-o em 1980, nas sessões de gravação do LP do cantor de MPB, Leandro, onde gravei uma faixa.
                               Nahame "Naminha" Casseb

O baterista, Naminha, também havia entrado na banda, há pouco tempo, a substituir o baterista, Ademir Urbina, mas já estava adaptado e a tocar normalmente na continuidade da primeira turnê. As minhas primeiras impressões foram de choque, em todos os sentidos. Tudo havia mudado radicalmente ! O Lingua de Trapo, agora transformara-se em uma banda com empresário; expressão na mídia; agenda lotada; um portfólio monstruoso; fãs; assedio, e organização para lidar com toda essa carga de sucesso, merecidamente adquirido.. 

                     Paulo Elias Zaidan, em foto mais recente


Além dos sete músicos, havia um oitavo membro, um ator chamado, Paulo Elias Zaidan. Ele era nosso colega na faculdade, e assumira-se como ator, vindo a ser um integrante com papel fundamental no show, com diversas intervenções hilárias, que enriqueciam as piadas. Isso sem contar nos membros extra-palco como : Carlos Melo (Castelo) e Guca Domênico, que continuavam como compositores, e redatores de humor, embora não subissem ao palco, mais nessa fase. Além de Cassiano Roda e Marcelo Moraes.

                Carlos Mello (Castelo), em foto bem mais atual
                 
Continua...

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