segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 13 - Por Luiz Domingues

Mas esses sinais de que o Língua estava a ascender, só foram tomar grande proporção mesmo, no ano de 1982, quando a ditadura militar começou a afrouxar, e permitiu a primeira eleição para governadores, após muitos anos sob nomeações de governadores biônicos, verdadeiros fantoches dos militares. Com isso, o Língua que estava forte no circuito de shows universitários, teve o seu grande impulso, quando tocou em inúmeros comícios do PT, por apoiar o sindicalista, Luis Ignácio "Lula" da Silva, para o governo do estado de São Paulo. Chegaram a tocar para públicos gigantescos e aliado a isso, haviam enturmado-se com o pessoal daquela cena conhecida como : "Vanguarda Paulista". Estavam contratados pelo selo Lira Paulistana, e daí lançaram o primeiro LP, que foi um estouro de crítica e vendas. Lógico que eu senti muito orgulho por ver meus amigos a subir como um rojão, e foi natural que eu sentisse, também, que deveria estar junto, mas por outro lado, em 1982, minha animação era tão grande com a formação da "A Chave do Sol", que isso amortizava em muito esse sentimento, não de arrependimento, mas de uma certa frustração por não estar mais na banda.


Lembro-me em ter ido a um ensaio na casa dos irmãos Luiz e João Lucas, para assistir um ensaio deles, em 1982. Curiosamente, eles moravam na Rua Gomes de Carvalho, na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo e digo curioso, porque morei anos em uma rua paralela próxima (na Rua Quatá, entre o final de 1967, e início de 1971), e estudei a vida toda, praticamente, no colégio estadual do bairro, onde nessa mesma rua, Gomes de Carvalho, conheci o Laert, seis anos antes (1976), época do início de nossa primeira banda, o Boca do Céu...

Nesse ensaio do Língua em que compareci como convidado, Pituco Freitas; Lizoel Costa; Guca Domenico e Laert Sarrumor, membros do "meu tempo" (o Fernando Marconi, percussionista, também), contaram-me animadamente muitas novidades ótimas sobre a banda. Fiquei muito contente com as novas. Foram muito animadoras, mesmo.


E cheguei a tocar um pouco, ao usar o baixo do Luiz Lucas, um exótico, Gibson Les Paul. Luiz e João, os irmãos, haviam tocado muitos anos a acompanhar o Ronnie Von e tinham muitas histórias para contar, dessa experiência.
Continua...

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