sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Autobiografia na Música - Boca do Céu - Capítulo 33 - Por Luiz Domingues


Animados por essas vitórias expressivas que a banda obteve no mês de agosto de 1977, inscrevemos músicas no Festival, “FICO”.
Esse festival era concorridíssimo, e tratava-se de um dos principais festivais colegiais de São Paulo, a contar com uma grande estrutura, inclusive tendo suas eliminatórias realizadas no ginásio do Palmeiras; equipamento de alto nível no tocante ao som e luz; e transmissão na TV, pela Rede Bandeirantes. Inscrevemos nossas músicas com as inevitáveis fitas K7, mediante registros toscos, provenientes de uma gravação caseira, mas foi o que pudemos fazer ante nossos parcos recursos, à época. Apesar disso, estávamos muito confiantes de que ao menos uma música, classificar-se-ia. Enquanto aguardamos a lista oficial das músicas classificadas, ensaiávamos com afinco, instalados na edícula de minha casa.
E nesse ínterim, ainda em agosto, a mudar de foco, lembro-me em ter assistido outra maratona musical sensacional, desta feita no ginásio da Portuguesa de Desportos. O elenco da noite contou com : “Som Nosso de Cada Dia”, “Mutantes”,”O Terço”, “Gilberto Gil”, “Novos Baianos” e “Hermeto Paschoal”. Uma lembrança incrível dessa maratona na Portuguesa de Desportos, foi no portão de entrada, onde em meio à multidão formada por cerca de cinco mil hippies & freaks, eis que saíram à rua, a conversar calmamente, Gilberto Gil e Paul de Castro, baixista dos Mutantes, naquela ocasião. 
Isso foi tão inusitado, que pegou-nos de surpresa, e foram poucos os caçadores de autógrafos que abordaram-nos, talvez pela estupefação que todos sentimos ao vê-los ao passar por nós, como se nada estivesse a acontecer (não estava mesmo, mas a relação de respeito; admiração & idolatria entre artistas e público, era completamente diferente naqueles dias, daí eu salientar isso). Lembro-me por vê-los a entrar em um bar nas proximidades do ginásio da Portuguesa, com ambos a pedir guaraná, para delírio dos freaks que cercavam-me, incluso meus amigos...
E no início de setembro de 1977, mais uma aventura Rocker sensacional, ocorreu-me. Contarei com detalhes, sobre o privilégio em ver o “Led Zeppelin” no cinema, na primeira sessão, do primeiro dia de exibição oficial de seu filme recém lançado. 

Continua...

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