segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 2 - Por Luiz Domingues

O recital ocorreu no dia 26 de junho de 1979, e foi um sucesso. Desse grupo original, saiu o embrião do Língua de Trapo. Nesse dia, foi lançada também a revista, "Esquina do Grito", uma produção dos alunos, e considerada outra célula mater do que viria a tornar-se o Língua de Trapo, doravante. A formação desse grupo foi a seguinte : Laert "Sarrumor" Júlio (vocal e percussão); Paulão Estevam Andrade, vulgo Paulo "Sustenido" e sim, aquele guitarrista que citei anteriormente (guitarra, violão e vocal); Saulo (violão, vocal e percussão); Guca Domenico (violão e vocal); Pituco Freitas (vocal e percussão); Nilma Martins (vocal e percussão), e eu, Luiz Domingues, no baixo. 




Nesse click de Rivaldo Novaes, uma panorâmica do grupo 




Isso ainda não era o Língua de Trapo como ele ficaria famoso no futuro. Havia uma pequena dose de humor nas músicas do Laert e do Guca, mas isso era aleatório, não sendo a intenção primordial do grupo naquele momento. Em meio a canções e poemas declamados, assim decorreu esse show da raiz remota do Língua.


Nesse click de Rivaldo Novaes, eu com meu valente, RK Giannini, e Paulo "Sustenido" Estevam, em maior destaque, ao violão. A olhar de lado, Saulo e ao seu lado, pelo cabelo, a vocalista Nilma Martins. O braço do violão no primeiro plano, provavelmente é o de Guca Domênico
Outro click dessa apresentação do Grupo de Música e Poesia da Faculdade Cásper Líbero de São Paulo, nas dependências da instituição. Da esquerda para a direita : Fernando Marconi (percussão); Pituco Freitas; Nilma Martins; Luiz Domingues e Guca Domênico. Click de Homero Sergio Moura

O sucesso foi tamanho, que o diretório Acadêmico marcou mais um show desse grupo, desta vez para o dia 6 de agosto de 1979, a visar recepcionar os alunos novos do segundo semestre. Aliás, o centro acadêmico da Cásper Líbero, promovia esse trote cultural aos "bichos", desde essa época. Nada de violência; humilhação e raspar a cabeça, mas sim, recepcionar os novos alunos com shows; exibição de filmes do cine-clube; teatro e poesia. E assim, com a mesma formação, esse grupo fez o segundo show e dissolveu-se, pois não havia a intenção em seguir carreira. 

    Laert Sarrumor em performance, no Recital de Música e Poesia 

Mas o embrião estava formado e daí, variações desse grupo colocaram-se a realizar shows e aparições em festivais estudantis de MPB. Por exemplo, ainda em 1979, Laert e Guca concorreram individualmente no festival da Universidade Mackenzie, e um único grupo foi formado para executar as duas músicas. Eu no baixo; Paulão no violão; Guca no violão e voz; Pituco nos vocais; e Sebastian, na bateria. 
Essa apresentação no Festival do Mackenzie, ocorreu no dia 13 de outubro de 1979, com um público aproximado de quatrocentas pessoas, no teatro do campus dessa universidade tradicional de São Paulo. 
Em 1980, essa dinâmica de shows e festivais dominou o ano todo, como por exemplo, em 29 de março de 1980, quando "Laert Sarrumor e seus Cúmplices" apresentou-se em uma sala de aula da Faculdade Cásper Líbero, novamente, mas diferentemente das apresentações do grupo de música e poesia de 1979, agora ostentou um formato de banda, mesmo, e o mote do humor dominou a performance.
E assim, o ano de 1980 entrou, com essa perspectiva para pequenos shows improvisados no circuito universitário e festivais de MPB. Os shows eram amadorísticos e feitos de forma precária e improvisada. 
Geralmente os microfones de voz eram plugados diretamente em amplificadores vagabundos de guitarra ou baixo. Dessa forma, a voz tinha aquela "qualidade" de locução de supermercado...
Mesmo assim, íamos a angariar público em todos os lugares onde tocávamos. 

Continua... 

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